Elaine – Mãe da Leda nascida de parto natural!
Meu trabalho de parto foi muito rápido. Às 2 horas da manhã do dia 18/09/2011, um domingo, eu ouvi um barulho, como se fosse um balão estourando, e um leve soquinho na minha barriga, então, senti vontade de ir ao banheiro.Quando me levantei, escorreu um pouco de líquido em minhas pernas, pensei que estivesse tão “apurada” que o xixi estava escapando. Quanto mais eu caminhava, mais escorria líquido.
Depois de urinar, fui tomar banho, e escorreu mais líquido. Então desconfiei que era a bolsa que havia rompido e liguei para a Cris. Eu estava com 37 semanas. Ela conversou comigo e, como era pouco líquido, não havia cheiro característico e eu não sentia dores, ela me orientou a dormir.Dormi tranquilamente e levantei às 6 horas como de costume. Fui ao banheiro e o tampão saiu. Ligamos para a Cris e ela pediu que a avisássemos caso eu sentisse mais alguma coisa. Passei a sentir umas colicazinhas de vez em quando, mas eram tão fraquinhas que achei desnecessário chamá-la. Lá pelas 11 horas da manhã, essas cólicas ficaram um pouquinho mais fortes, então, pedi que meu marido anotasse a freqüência – e ele, todo metódico, fez uma tabela no Excel (risos). As cólicas permaneceram com a mesma intensidade das 11 até mais ou menos às 14 horas, com intervalo médio de 13 minutos.
Eu ainda tinha dúvidas se era trabalho de parto, pois as dores eram apenas chatinhas, muito menores do que eu esperava. Ainda mais que vimos que às vezes o trabalho de parto demora dias para iniciar após a saída do tampão. Então, resolvi fazer faxina nos armários para me distrair.
Entre 14 e 15 horas a dor ficou um pouco mais forte, e daí “caiu a ficha” que era trabalho de parto. Eu já me torcia toda, mas ainda achava graça: um pouco sentava, um pouco caminhava, um pouco deitava e assim ia… a dor era idêntica a uma cólica intestinal – que era comum para mim. O intervalo ainda continuava de 13 minutos, por isso, achei muito cedo para chamar a Cris.
Por volta de 16 horas comecei a me pendurar no pescoço do meu marido. Daí em diante acabou a graça e eu queria que nascesse logo (risos). As cólicas estavam com intervalo de 7 minutos. Fui para o chuveiro para tentar aliviar a dor e o Nilton chamou a Cris. Ainda era estranho para mim, pois, por mais que estivesse doendo, eu ainda esperava algo pior – aquilo era igual às cólicas intestinais que eu tinha. Sempre ouvi falar que a cólica renal era igual à dor do parto. Que nada!! A cólica renal é pior que a dor do parto. Eu já tive cólica renal, cujas dores me fizeram desmaiar, e as dores do trabalho de parto e parto foram menos intensas.
No exato momento em que a Cris chegou, eu estava perdendo mais líquido. Mal podia caminhar, o desconforto era muito grande e as cólicas eram mais freqüentes. Fomos direto para o hospital, pois meu corpo estava fazendo força sozinho. Foi incrível, pois parecia que meu corpo agia independente da minha vontade, por mais que eu pensasse em não fazer força, o meu corpo fazia.
Mas nossos anjos da guarda estavam nos acompanhando – ter essa certeza me dava mais tranqüilidade também, pois eu sabia que tudo seria como deveria ser, tudo seria como eu, a Leda e o Nilton escolhemos antes de vir para esse mundo – e saímos do centro histórico de São José até a maternidade Ilha, em Florianópolis, pegando apenas 1 semáforo fechado. Houve momentos eu que pensei que a Leda nasceria no carro. Ao chegar à maternidade, eu e a Cris fomos direto para o banheiro da recepção, pois tive dores muito fortes: a Leda estava coroando!
O plantonista estava fazendo um parto, então, o Dr. Marcos Leite dos Santos, que estava acompanhando uma parturiente, e passou pela porta do banheiro, nos levou para a sala de triagem, e depois de 10 minutos a Leda nasceu.
Ela foi direto para o meu colo e começou a mamar ainda grudadinha no cordão umbilical. Depois de alguns minutos fomos para o quarto. Eu fui tomar banho e a Cris deu banho na Leda. Então, nós duas de banho tomado, ficamos agarradinhas e ela voltou a mamar novamente. A doula estava feliz da vida com sua blusa de oncinha (risos), pois nem ela teve tempo de se preparar.
Se eu mudaria alguma coisa no meu parto? Acho que não… ou melhor, quem sabe teria feito uma forcinha para a Leda nascer nas mãos da Cris no carro a caminho da maternidade (risos).
Elaine Basqueroto Coelho