10922800_725685394218926_6687562817762174844_nEsperei por três anos para realizar meu sonho de ser mãe, eu e meu esposo passamos por muitas turbulências nesse período. O desejo pelo parto humanizado foi nascendo dentro de mim ao longo desta espera, após a influência de uma amiga e muita pesquisa sobre o assunto.
Quando engravidei, a única certeza que eu tinha é que ia parir meu filho com respeito. Quando fui atrás de um GO, descobri que era quase impossível conseguir horário com os GO da área humanizada, foi aí que eu pensei, independente quem me acompanhe, preciso deixar claro meu entendimento sobre o assunto e minhas escolhas, não deixaria ninguém fazer algo comigo que eu não quisesse.

Em minha primeira consulta de pré natal perguntei quais eram as indicações de cesariana de minha médica, pela resposta dela deu pra perceber que ela respeitava a escolha da paciente, e ao passar do tempo tive a certeza que ela não era da área humanizada, mas que também não era cesarista e isso já era uma grande vantagem.

Pra me ajudar nesta luta por um parto natural e com respeito, com 12 semanas contratei a Cristina Melo como minha doula, confesso que inicialmente tive receio de como criaria intimidade com um pessoa que nunca tinha visto na vida, com apenas duas consultas pré parto, (que na realidade foi somente uma pois a segunda não deu tempo) para estar ao meu lado num momento tão delicado e especial!

Fechamos o acompanhamento e fui incluída num grupo do facebook com mulheres na mesma situação que eu, ali fui sobrecarregada de informações e passei a ter um carinho enorme pelas outras gravidinhas que nem conhecia, e por este meio que começou a aproximação com a Cris, no dia da primeira consulta com 32 semanas já me achava íntima dela e saí de lá com a certeza que tudo daria certo conforme planejado.

Com 32 semanas também, meu colo começou a dilatar e estava com 2 cm de dilatação, tentei diminuir o ritmo mas tinha muita coisa para organizar antes de meu bebê chegar, pretendia trabalhar até 40 semanas, foi aí que, com 36s6d, no feriado da cidade de Florianópolis, minha bolsa rompeu às 15:00hrs, imediatamente contatei a Cris pois ainda não tinha certeza do ocorrido, a mesma pediu que eu monitorasse se desceria mais líquido, que eu anotasse quando as contrações e as dores iniciassem e que eu fosse tomar um banho e relaxar. E assim eu fiz, e cerca de meia hora depois as contrações chegaram com intervalos de 5, 4 e até 3 minutos e as dores iniciaram fraquinhas.

Comecei a arrumar tudo que tinha que levar para maternidade e enquanto isso as dores foram aumentando, foi quando a Cris achou conveniente que fôssemos até a Maternidade avaliar e sugeriu ir junto. Assim, por volta das 17:00hrs da tarde saímos de casa, abastecemos o carro, pegamos trânsito, cortamos caminho e as dores se intensificando, mas eu a todo tempo procurava pensar que aquilo que estava sentindo era leve tendo em vista o que estava por vir. Chegamos no Ilha às 18:00hrs, médica veio avaliar e para surpresa de todos, estava com 9 cm de dilatação. Internação imediata (ops, nem deu tempo de fazer a internação antes do parto) avisa a fotógrafa Camila Reis e corre para sala de parto, essas foram as orientações. Neste momento senti um frio na barriga e uma felicidade extrema, meu príncipe realmente estava chegando e a poucos minutos de estar pra sempre em meus braços.

Subimos para a sala de parto que com a graça de Deus estava desocupada, Cris colocou a banheira encher e a vontade de fazer força já era imensa, com a banheira com água pela metade entramos eu e meu esposo Rodrigo. Estávamos quase lá, só algumas forças compridas e Davi estaria em meus braços, e assim foi, com muito incentivo de minha amada Doula e meu maravilhoso marido que sem a ajuda deles não teria conseguido, que a todo momento me diziam que eu estava muito perto de conhecê-lo, que a cabecinha do meu príncipe estava aparecendo, fiz uma última força comprida, senti o círculo de fogo queimar e às 19:04hrs pego meu filho nos braços cercada de muito carinho amor e respeito e com a certeza da escolha mais perfeita da minha vida.

Juliana Schweitzer Delduque