Nascimento Rafael Junckes Corrêa

No dia 13/06/2016 as 05h50min acordei com a bolsa das águas rompendo, chamei pelo André para pegar uma toalha para mim, ele assustado saiu correndo. Nosso Rafael enfim queria nascer.

Eu tranquilamente me levantei fui até o banheiro e deixei toda aquela água sair. Voltei para cama e auscultei o BCF, e la estava o coraçãozinho vigoroso. (A Michelle é Enfermeira Obstetra)

André perdido sem saber o que fazer, então fiquei calma e comecei a planejar tudo, como boa virginiana que sou.

“Amor não fique ansioso, esta tudo bem, não precisa ligar ainda para o Dr. Fernando e nem para a Cris (doula) as contrações ainda estão muito espaçadas.”

Então André: “Tenho algumas coisas para resolver no escritório”.

E deixei-o tranqüilo para ir “trabalhar” um pouquinho. Ele foi e eu fiquei sozinha, ou melhor, eu, Rafael e Tobias. Fui para o banho, e fiquei La por um longo tempo, sai fechei as malas, e terminei de me arrumar.

Foi então que comecei a falar com o Dr. Fernando e Cris por whatsapp: “Bom dia, a bolsa rompeu as 05h50min, líquido claro em grande quantidade, sem DU, BCF 140 bpm, PA 110x60mmhg, e ele não se mexe desde ontem” (vai ver o Rafinha já estava poupando  energia para tudo que viria).

Então André voltou do escritório, tomamos café, e as 08h00min saímos para maternidade.

Eu estava em um misto de sentimos, ansiedade, medo, felicidade.

Sabia que para quem queria um parto normal, estava indo muito cedo para maternidade, já que ainda não tinha dinâmica uterina, mais fiquei com medo de ficar em casa, ainda mais morando no continente e a maternidade sendo na ilha.

Chegamos à maternidade, o Dr. Fernando me examinou, e estava tudo bem, ele até perguntou se a gente não queria voltar para casa, mais também sabia que ele iria viajar no dia seguinte, e queríamos muito que ele fizesse nosso parto.

Fizemos a internação, eu sabia que não poderia ficar deitada esperando, então comecei a caminhar pela clínica, subia e descia aquele morro do estacionamento. As contrações até se “empolgavam”, mais era eu parar que elas espaçavam novamente.

Então às 14h o Dr. Fernando iniciou a indução. Ai que medo, agora era para valer. Então comecei a usar a Bola. As 18h mais medicação. As 19h30min eu já estava pedindo para ser levada para sala de parto, queria ficar mais ativa, acreditava que la teria mais mecanismos para me auxiliar e acelerar o trabalho de parto. As contrações eram espaçadas ainda, porém mais intensas. As 20h a Cris chegou, e logo após o Dr. Fernando, me examinou e nada, 1 cm.

Então ele foi para casa jantar e fechar as malas para sua viagem. A Cris, já não deixei mais ir embora.

Com as dores mais intensas, a Cris me levou para o chuveiro, porém o trabalho de parto se tornou efetivo mesmo 1h da madrugada, foi então que a Cris e o Dr. Fernando resolveram me levar para sala de parto, estava com 3 cm. Chegando la voltei para o chuveiro, até arrumarem a banheira, eu já precisava muito dela, porem ela não funcionou, para meu desespero.

Acabei ficando no chuveiro, já estava cansada, não tinha mais posição, as contrações não davam mais nenhuma trégua, era uma seguida da outra, eu gritava muito, de acordo com o André, Pantanal inteiro sabia que eu estava parindo, e a Cris sempre ali do meu lado, me dando sua mão seu apoio, sua massagem milagrosa nas costas, e claro acalmando o André, porque eu já gritava muito.

Comecei a vomitar por conta das contrações intensas, la pelas 3h o Dr. Fernando me examinou novamente, e tínhamos uma notícia boa e outra ruim, a boa era que eu estava com 7cm e a ruim era que o Rafael tinha virado, estava em OS, para meu desespero. (A cabeça estava virada ao contrário)

Sem condições de raciocínio, cansada, vomitando muito, com muita dor pedi a cesariana, então o Dr. Fernando sabendo o quanto eu queria o parto normal nos deu 2 opções: “Posso te levar para cesárea ou podemos tentar a analgesia para você tentar relaxar e o Rafa virar novamente e a dilatação se completar”. Eu de imediato queria a cesariana, não agüentava mais. Porem a Cris com toda sua paciência e carinho, novamente me incentivou a tentar mais um pouquinho, já tinha chegado até ali, quem sabe eu conseguiria ir até o fim, então vamos la, analgesia era a opção do momento.

Mais ninguém alem do André sabia do meu pavor a agulha, e para piorar eu conhecia bem o tamanho da agulha, e para piorar mais ainda seria uma residente que iria me anestesiar, nada contra a profissional, todos precisam de situações como essa para aprender, MAIS NÃO EM MIM, eu tenho pavor a agulha.

Já eram acho umas 4h, ou seja, no meio da madrugada, a anestesista com uma residente, acredito que a anestesista queria acabar logo, já foi me posicionando na maca, eu falando que tinha pavor a agulha e ela não me escutava, morrendo de dor, ela so queria me posicionar. Então a residente veio puncionar minha veia, e eu sabendo que era ruim de acesso, mostrava aonde puncionar, porem ela não me escutava, e fez do jeito dela, claro que no dia seguinte eu estava até com o braço roxo de tanto a anestesista apertar, bom mais voltando, eu comecei a ficar muito nervosa e pedia para me tirarem dali, e pior a Cris tentava se aproximar e a anestesista não deixava, até que o Dr. Fernando espiando do lado de fora, entrou e pediu um tempo, conversou comigo, realmente não lembro o que, mais sei que foi nesse momento que a Cris conseguiu chegar perto de mim novamente, me abraçou, e disse você consegue, estou aqui com você, nossa estou emocionada aqui relatando isso depois de 1 ano, como ela e o Dr. Fernando foram importantes.

E realmente eu consegui me acalmar e deixar “as profissionais” trabalharem. Aquela dor insuportável começou a diminuir, o André entrou, e agora já conseguindo novamente pensar, minha preocupação era o Rafael, o Dr. Fernando iniciou o monitoramento, o BCF tinha caído, ai Jesus o que fiz, rapidamente eles me posicionaram de lado e aos poucos o nosso guerreiro estava estável novamente. Fomos todos para sala de parto. Fiquei na posição de cócoras, Dr. Fernando me examinou novamente e somente boas notícias, dilatação total e o Rafael havia virado novamente para posição ideal. Depois de alguns minutos na posição cócoras o Dr. Fernando percebeu que o Rafinha não descia, então pediu para a Cris me acompanhar até o banheiro, pois provavelmente minha bexiga estava muito cheia, advinha, por conta da analgesia eu não conseguia fazer xixi.

Volta para sala de parto, passa sonda de alívio, e la se vai 1 litro de urina. Neste momento o André já estava avisando a família para irem à maternidade porque o Rafa ia nascer. Volta para posição cócoras, então o Rafael começou a descer e quando estava no plano de Lee positivo, adivinha, eu já não tinha mais força nas pernas. Dr. Fernando: Então vamos deitar, outro terror passa pela minha cabeça ele vai ter que fazer epsio, ou vai lacerar muito, mais agora também já não me importo mais, quero o Rafa aqui no meu colo, vamos então.

Era o André atrás da minha cabeça, a Cris em uma perna, a técnica da clínica na outra e o Fernando no parto, eu já não sentia mais a contração, então o Dr. Fernando e a Cris me avisavam quando ela estava vindo para eu fazer força. Todos me ajudavam, até que o Rafael começou a coroar, e coloquei a mão para sentir a cabecinha dele, tanto cabelinho, e eu fazia força, força, e nada. Então o Dr. Fernando, “vou ter que usar o vácuo”, ai Jesus o que eu fiz, e novamente o Dr. Fernando e a Cris nos acalmaram, e na terceira tentativa com o vácuo, as 05h18min do dia 14/06/2016, 24h após o rompimento da bolsa, o Rafael nasceu, lindo, vigoroso, todo rosadinho.

Eu e André emocionados, toda a equipe visivelmente cansada, todos pariram comigo. Dr. Fernando ainda deixou o cordão pulsar por 1 min., a nossa querida amiga Enfermeira Myrella Martinelli fez a coleta para célula tronco, e o Dr. Fernando passou a tesoura para o André cortar o cordão umbilical.

Eu consegui, nos conseguimos, e meu sonho se concretizou somente porque eu havia escolhido os profissionais certos, Dr. Fernando Pupim e a Cris (doula).

Hoje 1 ano após, tenho que agradecer a eles e ao meu marido André, que mesmo vendo todo aquele processo, para ele desesperador, sempre confiou em mim e nesses profissionais maravilhosos que eu escolhi para trazer nosso filho ao mundo, sou muito grata a vocês 3. E graças a vocês hoje vibro e comemoro pelo aniversário de 1 ano do nosso pimpolho, sapeca, feliz, e cheio de saúde.

Eu, André e Rafael amamos vocês. Nosso muito obrigada. Com vocês faria tudo novamente. Muitos Beijos Mi.