As tentativas de engravidar começaram em meados de 2010 enquanto eu e meu marido fazíamos uma viagem de carro pela América do Sul (www.espiandoaviagem.blogspot.com). Após 11 meses de viagem retornamos à Florianópolis no fim de 2010, em meados de 2011 resolvi buscar tratamento médico. Fizemos todos os exames e tudo estava normal, a ginecologista Ana Lúcia Bertini Zarth sugeriu que eu fizesse uma histerossalpingografia (exame para verificar como estão as trompas). Relutei em fazer o exame porque diziam-me que era doído mas, por uma boa causa realizei o mesmo, o resultado deu normal. Logo, engravidei.

Resolvi ir ao gastrologista Dr. Eduardo Usuy, estava com muita azia e ele me pediu alguns exames, aproveitei e pedi o teste de gravidez. Os exames de farmácia não confirmavam mas, eu tinha certeza que estava grávida, fiquei em silêncio até ter a confirmação. Fiz os exames no dia 20 e no dia 24/07 demos a notícia aos familiares (euforia e muita alegria, enfim grávida).

Fiz o pré-natal na mesma semana e a ginecologista pediu a contagem de BHCG (hormônio do feto) e disse-me: se estiver acima de 1.000, faça o ultrassom que poderás ouvir o coração do bebê. O exame deu 15.000 – 15x mais . Tinha retorno no gastrologista um dia antes do primeiro ultrassom e perguntei a ele o que significava um número de hormônio tão grande e ele disse/brincou: “significa que está bem grávida”. No início da gravidez emagreci 2kg de tanto enjoo.

No dia 04/08/2011 fizemos o primeiro ultrassom e para a nossa surpresa, descobri que estava grávida de GÊMEOS. Fiquei petrificada durante exame (sem reação) e tive acessos de risos o dia inteiro, de tanta felicidade. Meu marido Fernando imediatamente demonstrou a sua felicidade, passou o exame todo me acariciando. A única preocupação é que os sacos gestacionais tinham tamanhos diferentes – gêmeos bi-vitelinos – e um deles era muito menos que outro.

Em 16 de agosto tive minha primeira consulta como Dr. Fernando Pupin Vieira, indicado pelo gastrologista. A simpatia foi imediata, a filosofia do médico encaixava-se com que buscava, a possibilidade fazer um parto normal ou cesárea humanizada. Neste dia o Dr. Fernando Pupin me alertou que no próximo ultrassom um dos sacos gestacionais poderia não ter vingado. Deste dia em diante, fiquei aflita, já não podia imaginar-me sem um os bebês. Também, na consulta me aconselhou a fazer dieta, acompanhamento psicológico e atividade física, segui à risca até o final da gravidez. Também, conversamos sobre a importância da doula (muito incentivada pela Ligia, amiga da minha irmã Vanessa) e ele indicou a Cris.

O segundo ultrassom foi no dia 18/08 e para nossa felicidade os dois sacos gestacionais apresentavam o mesmo tamanho, chorei muito de alegria e o Fernando secava minha lágrimas. Fizemos todos os ultrassons com a Dra. Vanessa Luz que nos ajudou muito durante a gestação com a sua opinião médica, sempre muito carinhosa e prestativa. Obrigada!

No dia 15/09 soubemos que eram duas meninas, com duas crianças do mesmo sexo será mais fácil educá-las e poderão brincar juntas. Desde o início só me preocupava se estavam bem, o sexo, a cor do cabelo e olhos, tudo isto era supérfluo diante a geração de crianças saudáveis.

No dia 08/10/12 fomos até a casa da Cris ver uma palestra sobre o papel da doula, gostamos muito, para minha surpresa o Fernando comentou: “este tipo de parto eu assistiria, a cesárea não”. Fiquei radiante com o comentário do Fernando. Não tive dúvidas, fechamos o contrato com a Cris.

No grupo de hidroginástica tinham mais duas gestantes de gêmeos, a Karen e a Roberta, com 20 e 10 semanas à minha frente na gestação. O convívio com elas me propiciou observar como seria a gravidez nos próximos meses e a dica mais valiosa que tive foi: “deixe tudo pronto até o 6º mês”. Também, o convívio e a troca de experiência com a Jéssica, Marina, Samara, Maria Emília, Priscila-ES, Priscila, Karina, Mariana, demais gestantes e fisioterapeuta Patrícia. Obrigada!

Agradeço também a apoio da psicóloga Vera Lúcia Moreira Passos, quem dividi as minhas preocupações ao longo da gestação e quem me aconselhou a lidar com as diferentes situações. Obrigada!

No sexto mês realizei os chás de bebês e naquele período já me sentia cansada após cada chá. Aproveitei os chás e comi um pouco de doce, desenvolvi diabete gestacional. Que besteira, havia me cuidado tanto! Intensifiquei o controle da dieta e próximo do parto os índices glicêmicos medidos já estavam dentro da curva normal, ufa! Agradeço a Dra Maria do Carmo Martins pelo acompanhamento nutricional. Obrigada!

No fim de dezembro e com 28 semanas, minha barriga já ultrapassava muitas barrigas de 9 meses e onde ia chamava muita atenção, na praia todos olhavam!

Com 33 semanas fiz minha primeira consulta  pré-parto com a Cris. Ela explicou como seria o parto e principalmente, o segundo que seria pélvico pois, a Bia estava sentada. Também, conversamos sobre a maternidade e pediu-me para verificar se o pediatra deixaria ter parto na água pelo fato de estar esperando gêmeas. E sugeriu a compra da bola de pilates que foi muito útil nos dias posteriores.

Na consulta do dia 14/02 como 34 semanas, minha pressão deu alta, havia saído da hidroginástica e ido direto à consulta médica. O Dr. Fernando Pupin me pediu repouso e a partir desta data comecei a observar como estava pesada, até então tinha engordado 9kg. Controlar a pressão tornou-se indispensável e realmente, o repouso era necessário. Comecei a pedir ajuda do Fernando para levantar da cama e passava os dias entre sofá, cama e piscina. Se ficasse em pé o inchaço ficava enorme e o desconforto maior ainda.

Um dia antes de completar a 36ª semana, dia 27/02, senti uma movimentação intensa na barriga e muitas dores, liguei para Cris e comentei que estava sentindo contrações espaçadas e que tinha dúvidas se eram contrações, afinal nunca engravidei antes! No dia seguinte em consulta como o Dr. Fernando Pupin, verificou o colo do útero e viu que estava fechado, sem sinais de trabalho de parto. No dia 29/02 em exame ultrassom descobrimos o motivo de tanta dor, a Bia que estava sentada virou e ficou cefálica. Que alegria, as duas crianças cefálicas, chorei muito no ultrassom, não esperava! O parto normal já era possível por que a Luiza que sairia por primeiro já estava cefálica mas, as duas cefálicas era um sonho.

No dia 04/03, eu e a Cris,  fizemos a segunda consulta pré-parto onde falamos bastante sobre as massagens que o marido poderá fazer na esposa durante o trabalho de parto.

No dia 06/03, com 37 semanas, saiu parte do tampão e continuava sentindo as falsas contrações. O Fernando havia sonhado que no dia 12/03 elas viriam ao mundo, não aconteceu mas, o chute ficou próximo.  Cada mudança de lua, esperava o parto acontecer.

A partir da 36ª semana ganhava 2 quilos por semana, o inchaço era enorme. No dia 13/03, quando completei 38 semanas fiz minha última consulta com o Dr. Fernando, ele acreditava que nasceria logo, afinal como suportaria tanto peso, nesta data tinha engordado 15kg e minha barriga era a atração de onde estivesse.

Na mesma noite, na mudança de lua de cheia para minguante, aos 30 minutos fui ao banheiro e vi que minha bolsa havia rompido. Liguei para a Cris e para o Dr. Fernando Pupin e eles resolveram que a Cris passaria a noite na minha casa. Num primeiro momento a orientação foi de dormir, as tentativas duraram 3 a 4 horas. Após comecei a movimentar-me, tomei banho com a bola de pilates e as contrações só aumentavam, ficavam constantes e não davam descanso. Todo este tempo, a Cris me orientava o que fazer e o Fernando me apoiava com massagens e muito carinho. As 10h fomos ao hospital, neste momento estava com 3 contrações a cada 10 minutos. Na chegada do hospital a médica fez o exame de toque e comentou que não havia dilatação mas, o colo do útero estava apagado.

Próximo do meio dia chegou o Dr. Fernando Pupin e no meio da tarde fizemos o primeiro exame de toque, com esforço chegava a 3cm de dilatação, resolvemos esperar até as 18h e fazer novo exame.

Eu estava exausta, após 1 mês de repouso e muitas horas em trabalho de parto (fase latente), onde encostava dormia. As 18h fizemos novo exame e não houve progresso, o Dr. Fernando Pupin explicou que a decisão era minha, permanecer em trabalho de parto por mais tempo (tempo difícil de estimar) ou fazer a cesárea. Neste momento, apesar de tanto ter sonhado com o parto normal e não ter indicação médica, decidimos pela cesárea devido à exaustão física que me encontrava e também por estar tanto tempo em trabalho de parto (fase latente). Fiquei feliz com a decisão e principalmente, por ter tentado o trabalho de parto e respeitado o aviso das meninas: estamos prontas para nascer!

Na sala de cirurgia com quase 20h de trabalho de parto, senti contrações enquanto aplicavam a anestesia, a Cris me ajudou nesta etapa e foi super tranquilo. Durante a cesárea descobrimos que a bolsa que havia rompido era da Bia, a segunda a nascer e ainda que as duas estavam muito entrelaçadas, já sabíamos que eram grandes.

A cesárea com o Dr. Fernando Pupin e a doula ficou humanizada e eu e o Fernando participamos de tudo. Foi lindo vê-las nascer, tocá-las tão logo que vieram ao mundo, ouvir o choro de quando saíram da barriga, saber que estavam muito bem e, principalmente ter o meu marido ao meu lado, que parecia drogado de tanta ocitocina/adrenalina (hormônio do amor/energia) que existia naquela sala e naquele momento. O Fernando pode pegá-las no colo tão logo que o pediatra as viu e eu pude beijá-las, enquanto eu falava elas iam se acalmando e paravam de chorar, sabiam que a mãe e o pai estavam lá.

Só tenho a agradecer a Deus pelo lindo parto e por ter colocado pessoas tão maravilhosas na nossa vida como o Dr Fernando Pupin e a doula Cris que os ajudaram a fazer a chegada das nossas filhas ao mundo um momento mágico e indescretível em nossas vidas. Tudo saiu como havíamos planejado, com muita tranquilidade.

As meninas nasceram tão bem que na sala de cirurgia já faziam barulho com a boca como se estivessem procurando o seio. Fomos para a sala de recuperação e lá mesmo já dei a primeira mamada para cada uma, ainda anestesiada, estavam famintas! Este resultado foi devido à tentativa de fazer o parto normal.

O pós-parto foi a única coisa ruim desta linda história, dói muito. Parecia que tinha levado uma surra na rua, que sensação horrível. Além da dor, existe a vontade pegar as crianças e cuidá-las e isto não é possível. O pior foi a exaustão física que foi gerada ao longo do último mês, minha barriga estava muito pesada. Além disto, o inchaço aumento muito após o parto, tive alergia a medicamento e a a constipação gerada, muitos gases.

Felizmente, os sintomas diminuem a partir do 7º dia e a minha recuperação está sendo ótima. NO total engordei 15 kg e até agora, 15 dias após o parto, emagreci 21 kg. Ainda resta uma barriga de 4~6 meses de gravidez única.

As meninas são uns amores e não dão muito trabalho. Estamos muito felizes. É claro que a ajuda familiar foi fundamental.

Para as futuras mamães de gêmeos, repasso os conselhos que recebi:

– deixem tudo pronto até o 6º mês – enxoval e malas da maternidade;

– além do obstetra tenham acompanhamento psiológico, nutricional e pratiquem atividade física;

– limitem as visitas nos primeiros 15 dias, importantíssimos para entrosamento familiar. Somente receba pessoas que irão ajudá-la nos cuidados com os recém nascidos.

Finalmente, aproveito a oportunidade para agradecer, à Cris e Dr Fernando Pupin todo o profissionalismo no trabalho de parto. O melhor de tudo foi a confiança depositada à vocês e a retribuição dela num dia tão importante para nós.
Relembro tudo e não consigo achar um único momento em que possa criticá-los, somente tenho elogios. Obrigada!


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