RELATO DE PARTO (parte 1): Era dia 01/01/19. Saímos para almoçar com a família. Por volta de 13h, ainda no restaurante, comecei a sentir as contrações. A princípio, elas vinham a cada 10 ou 11 minutos. Eram muito semelhantes às contrações de treinamento que eu já vinha sentindo há, pelo menos, dois meses.
Nosso plano era ir para um hospital cerca de 200km de nossa casa. Precisávamos sair de casa na hora certa. Ir antes poderia gerar alguns transtornos para a rotina da família. E sair depois do horário ideal seria colocar em risco o nascimento de nossa filha. Eu não podia ter dúvidas quanto ao momento de partirmos.
Então, observei atentamente aquelas contrações. Entrei em contato com minha Doula para mante-la informada da minha situação. Com o passar das horas, o intervalo começou a reduzir. Agora estava a cada 8 ou 7 minutos. Os intervalos eram bem irregulares em alguns momentos (chegava a 12 minutos), mas eu tive a certeza de que aquilo não era mais um treino. O trabalho de parto havia começado!
As malas já estavam prontas e na porta do quarto. Havia uma pequena lista de coisas que precisavam ser pegas no momento de sairmos. Checamos a lista. Oramos com a família. Partimos (meu esposo e eu) para Florianópolis.

Verão, feriadão … o trânsito de Joinville para Florianópolis pode demorar muitas horas. Um casal de amigos que havia feito o mesmo percurso dias antes gastou 7h de viagem. Não tínhamos esse tempo. Mas eu havia conversado com Deus sobre nosso plano de parto e havia pedido a Ele que escolhesse o melhor momento para o trabalho de parto iniciar.
Saímos de casa por volta de 16h. Chegamos no hospital às 18:30h. Ao longo do caminho, as contrações ficavam mais fortes e frequentes. Eu mantinha contato constante com a minha Doula. Em determinado momento, a instrução dela foi: “não faça força”. Obedeci!
Quando chegamos ao hospital, a Cris @cristinamelo_ (Doula) e a fotógrafa (Carol Noz Fotografia ) já estavam lá.

No exame médico – 6 cm de dilatação. Mas as contrações não davam intervalo de sequer um minuto e eram muito fortes. Tivemos a felicidade de sermos atendidos pelo mesmo médico que assistiu ao parto do Ben 3 anos antes. O plantão dele terminava às 20h. Perguntei a previsão de horário para o nascimento da Rebeca. (No nascimento do Ben ele disse que seria entre 6h e 7h da manhã, e Ben nasceu 6:40). Ele me respondeu que não tinha como precisar, mas que poderia ser ainda no plantão dele.
Fomos encaminhados para a internação. Mas Rebeca não queria esperar. Enquanto providenciavam o quarto e meu esposo assinava a papelada, comecei a sentir a última fase do trabalho de parto. Ela é inconfundível! Avisei à Cris.
De repente, eu estava sentada numa cadeira de rodas. O elevador do hospital resolveu não funcionar. Então, fomos para uma suíte no térreo. Mas lá, não seria possível, a mim, acompanhar os primeiros cuidados médicos da Rebeca. Então, a solução foi subir 4 lances de escadas.

Rebeca quase nasceu nas escadas. Marido, doula, fotógrafa, médico, todos estavam atentos a essa possibilidade. As contrações vinham e eu parava por um instante de subir. Quando passavam, continuávamos o percurso.
Entrei numa sala para trocar a roupa. Tudo acontecia com muita rapidez. Enquanto a enfermeira rapidamente tirava o meu vestido a bolsa rompeu. Enfiei os braços no roupão e, rapidamente, atravessei mais uma porta. Outra contração. O médico disse ao meu marido que sentasse na poltrona e imediatamente colocaram um “banco de cócoras” para mim. Sentei. Apoiei no meu esposo. Outra contração. 3 gritos e Rebeca nasceu, às 19:18h.
Nasceu chorando forte. Veio direto para o meu braço, onde ficou por muitos minutos. Mamou. Ficou com o papai. Só depois, foi pesada e medida, ali, diante dos meus olhos.

Foi um fantástico parto a jato. Uma incrível aventura. Sem analgesia e, dessa vez, sem mesmo tempo de encher a banheira do hospital. (Sim, a banheira é um tremendo analgésico. Agora que tenho as duas experiências, posso confirmar!)

Foi um fantástico parto a jato. Uma incrível aventura. Sem analgesia e, dessa vez, sem mesmo tempo de encher a banheira do hospital. (Sim, a banheira é um tremendo analgésico. Agora que tenho as duas experiências, posso confirmar!)
Foi um parto intenso, doloroso, rápido, coberto de fé, da certeza de que tudo daria certo!

Rebeca nasceu com 48,5cm, 2,965kg, em Florianópolis -SC, no ILHA HOSPITAL E MATERNIDADE, assistida pelo Dr Diego Di Marco, Cris Doula e equipe do Ilha.

Minha gratidão a Deus, que preparou tudo perfeitamente. Ao meu marido, por todo apoio. À minha família, por ficarem com o Ben nesse momento tão importante e delicado para ele. À Cris @cristinamelo_ , pela assistência maravilhosa. Ao Dr Diego Dr Diego Di Marco Ataides que mais uma vez sentou-se no chão para assistir ao nascimento de um dos meus filhos. (Isso pode não fazer sentido para algumas pessoas, mas é muito significativo para mim). E à Carol Noz Fotografia por registrar esse momento especial! ❤️

Karyne Correia