Foto: Micaela Torres

Estou gravidíssima de 38 semanas e 5 dias e escrevendo este relato. Acho mais fácil começar a escrever sobre a gestação agora pois quando o meu gurizinho chegar estarei bem ocupada rs.

Sobre mim

A maioria de vocês sabe mas vou resumir pra quem não conhece a minha história. Sou mãe da Sofia nascida há 11 anos de cesárea por indicação médica sem fundamento ou necessidade. Eu contei sobre o nascimento dela aqui no blog, para ler é só clicar aqui.

Depois de 3 anos me tornei doula e comecei a acompanhar mulheres grávidas que queriam parir de forma mais natural possível e meu amor pela obstetrícia só foi crescendo. Por muitos anos falei que não teria mais filhos pois estava completa só tendo a Sofia. Mas em 2016 sonhei com um menino brincando no meu quarto que  se identificava como Noah,  meu filho. O sonho mexeu tanto comigo que a partir daquele dia a vontade de ser mãe surgiu e se tornou algo definitivo, eu PRECISAVA engravidar. Decidi que esse seria o nome se fosse um menino e com 16 semanas tivemos a confirmação que era o Noah chegando.

A gestação

A gravidez foi m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a como a da Sofia, não tinha enjôos, nem qualquer complicação ou efeito ruim da gestação. Eu queria muito engravidar pela segunda vez mas via tantas gestante sofrendo com efeitos colaterais ruins que tinha medo de passar por elas, mas nada de ruim aconteceu, uffa rs.

Foto: Noz Fotografia

Continuei atendendo como doula até 37 semanas que eu sabia que deveria ser o meu limite e foi a melhor decisão. A barriga começou a pesar de verdade e as dores pélvicas tão comuns quando o bebê encaixa na pelve apareceram. Notei também que a minha concentração mudou, meu foco, meu humor, eu já não estava disposta para falar do parto dos outros. Senti que precisava me afastar do mundo exterior e mergulhar de corpo e alma na minha gestação.

Foto: Noz Fotografia

A escolha pelo parto domiciliar

Só nesse final que consegui escolher onde queria parir o Noah. Passei a gestação toda em dúvida sobre fazer hospitalar ou domiciliar. De qualquer forma eu já havia escolhido desde antes de engravidar a minha obstetra, que eu fazia questão de ter presente no meu parto e a minha doula. Aliás tarefa difícil pra uma doula é escolher quem iria me doular rs.
Não senti necessidade de um acompanhamento frequente da minha doula na gestação, porque toda a parte de preparação para o parto eu já sabia. Mas mesmo assim era muito bom poder contar com ela via whatts app e nos encontramos pessoalmente duas vezes na gestação, que pra mim foi o suficiente.

Outra coisa difícil pra mim foi tentar preparar o meu marido para o parto. Ele é muito tranquilo e topava tudo que eu falava, mas eu queria mesmooo é que ele pesquisasse, lesse, entendesse riscos e benefícios de cada escolha e não que eu tivesse toda a responsabilidade. Essa é uma reclamação constante das gestantes que acompanho e aqui em casa não foi diferente rs. Fiz então o que eu sempre recomendo, separe o que você acha importante tipo FUNDAMENTAL que ele saiba e faça com que ele veja/leia.

Com 37 semanas eu havia acabado de acompanhar um parto domiciliar e um hospitalar com diferença de dois dias e foi quando decidi que faria meu parto em casa. Foi GRITANTE a diferença entre os dois partos e tudo por causa da assistência. A gestante que pariu em casa foi respeitada do início ao fim, teve liberdade para fazer o quisesse sem pressão e teve um monitoramento impecável.

Já a gestante que pariu no hospital que também estava com trabalho de parto espontâneo e natural, sofreu diversas intervenções no período expulsivo apenas porque o obstetra de plantão estava com pressa. Foi nítido que nada do que foi feito naquele momento era realmente necessário. E toda vez que fazemos intervenções desnecessárias estamos adicionando riscos para mãe e bebê. Eu deveria me sentir mais segura dentro do hospital mas infelizmente foi o contrário.

Eu já tinha uma parteira com quem eu estava conversando na gestação e fizemos nossa segunda consulta onde junto com meu marido tiramos todas as dúvidas quanto aos riscos de ruptura uterina, hemorragia, e outras possíveis complicações. Depois de ler muito e pesquisar decidimos que o parto domiciliar seria muito mais seguro que um parto com intervenções ou uma segunda cesariana, e que o fato de eu morar muito próximo do hospital me tornava uma candidata ao domiciliar. Agora era só esperar o Noah decidir nascer e conforme os dias passavam a ansiedade crescia, assim como a expectativa de viver finalmente o meu tão sonhado parto normal.

Reta final – Cadê a linha de chegada? E o meu troféu?

Sim, este final é muito agridoce. Ao mesmo tempo que estamos tão perto de ter o nosso bebê, é difícil dormir e acordar pensando que HOJE pode ser o grande dia rs. Você está cansada, nada mais serve na barriga, dormir já virou artigo de luxo e tudo que você deseja é parir! Comigo não foi diferente e precisei respirar fundo muitas vezes e lembrar que tudo isso era pro bem do Noah, que eu estava APENAS respeitando a hora DELE de ter estar pronto para vir ao mundo. Em momento algum senti que eu tinha o direito de fazer uma cirurgia para ter ele logo, seria tão egoísta tirá-lo antes do tempo e sem necessidade. Estava disposta a esperar o tempo que fosse. Mas entendo porque tantas mulheres fazem cesárea marcada. Se eu não tivesse todo o conhecimento que tenho provavelmente teria cedido á pressão dos familiares, juntando a minha ansiedade e as dores pélvicas. Esse final é realmente muito difícil.

40 semanas e nada…

Tudo planejado como eu gosto, sou extremamente organizada e gosto de planejar as coisas com antecedência. Equipe completa pronta para ser acionada: M’edica obstetra, enfermeira obstetra, doula e fotógrafa. Mas o Noah tinha planos diferentes dos meus. A minha obstetra estava com uma viagem marcada na data que eu completaria 40+4. Eu jurava que ele nasceria antes dela ir mas não foi o que aconteceu e ela foi embora do país. Nesse dia eu entendi o que as gestantes que acompanho passam quando o obstetra/ou a doula vai viajar. Meu mundo balançou pois além de ter um vinculo de amizade eu tinha uma confiança muito grande que SE eu precisasse ir para o hospital ela estaria junto.

Com 41 semanas e 1 dia falei para a minha parteira que eu estava ansiosa, cansada e repensando tudo que havia planejado. Não pensava em uma cesárea mas tive medo de alguma intercorrência no parto domiciliar sem a minha obstetra. Nessa consulta fizemos a pintura da barriga, uma forma de despedida e foi MUITO importante desabafar com ela e tirar todas as duvidas. Pedi que ela fizesse um exame de toque para descolar a membrana para tentar induzir o parto.  Decidimos também quem seria o obstetra que me atenderia caso eu precisasse ir para o hospital. Saímos da consulta (que foi na casa dela, coitada, por volta de 23:30). Cheguei em casa, tomei um bom banho, chamei o Noah para o mundo e bati algumas fotos.

Antes de dormir, cerca de 4 horas antes da bolsa romper!

Finalmente, o dia tão esperado!

Acordei algumas vezes na madrugada com uma cólica diferente, mas fiz o que recomendo as gestantes, fiquei na cama tentando dormir. As ondas vinham eu acordava, respirava e dormia de novo. Por volta de 4:30 da manha decidi levantar e colocar uma calcinha descartável, pois sentia que logo a bolsa romperia (intuição pura rsrs). Cronometrei algumas ondas e vi que estavam irregulares e espaçadas, a cada 7, 6, 8 minutos. As 5 da manha já deitada novamente senti um liquido escorrendo e não tive duvidas de que a bolsa tinha rompido.

Falei em voz alta pra mim mesma, ” aii a bolsa rompeu”. Fui no banheiro checar a cor e estava claro como agua e o cheiro bem característico de agua sanitária. Peguei o telefone e liguei para a parteira so pra avisar, eu sabia que o marido dela estava viajando e que ela precisaria de tempo para deixar sua filha com alguém. Avisei que não precisava dela por enquanto, que eu avisaria quando as contrações ritmassem. Nisso a minha filha de 11 anos aparece no banheiro e pergunta, preocupada: “Vai nascer?” Digo que sim mas que iria demorar algumas horas, que ela tentasse dormir, mas ela disse que não conseguiria e foi ver Netflix rsrs.

Acordei meu marido porque as contrações já estavam ficando mais intensas, próximas e queria deixar a banheira pronta. Ele nem acreditava que era verdade mas foi inflar a banheira, na verdade a piscina inflável. Decidi avisar a doula que mora longe cerca de 1h, 1h30 de distância e a fotógrafa que queria chegar mais cedo para registrar desde o início. Nunca pensei em me maquiar mas deu vontade. Aproveitei também para fazer um lanche.

Foto: Sabrina Pierri Fotografia

O dia foi passando e as contrações voltaram a espaçar (chegaram a ficar de 3 em 3 minutos porém curtas) então fui caminhar, subir escadas e tentava descansar entre elas mas ficar deitada era muito doloroso desde o inicio.

Foto: Sabrina Pierri Fotografia

A tarde a parteira veio junto da sua parceira que seria a parteira assistente, elas verificaram o BCF do Noah que se mexia bastante e pedi um exame de toque. Estava com 4-5 cm (na noite anterior estava com 3cm)e pelo ritmo das contrações ainda em fase latente. Conversamos e decidimos que todos poderiam ir para a casa pois o trabalho de parto evoluiria apenas a noite, como todos os partos que eu havia acompanhado.

Foto: Sabrina Pierri Fotografia

Cerca de 2 horas depois as contrações voltaram a ritmar e estavam muito mais intensas. Comecei a chorar, gemer e vocalizar. Era uma energia muito intensa que precisava sair. Ali senti falta da minha doula e falei para o marido ligar pra ela voltar. Ela voltou super rápido e começou a massagear a minha lombar, apertar meu quadril. Queria falar o quanto aquilo era bom, que realmente aliviava a dor mas não conseguia.

Foto: Sabrina Pierri Fotografia

Foto: Sabrina Pierri Fotografia

Não lembro direito de tudo pois já estava na partolândia, mas em algum momento a fotógrafa e a parteira chegaram.
Ia para o chuveiro, para o quarto, para a sala e até no chão da cozinha fiquei. Esse foi um dos motivos por optar por parir em casa, não queria me sentir vigiada nem presa. Quando queria ficar sozinha, e quis em muitos momentos, ia para o meu quarto. La deixei apenas a luz de uma vela, tirava toda a roupa e ficava de quatro apoios na cama. Engraçado que essa desde o início era a melhor posição pra mim, a que menos sentia dor. Em pé ou de cócoras a dor era muito mais intensa e novamente tive certeza de que seguir meu corpo era o melhor caminho.

A noite pedi para a parteira que fizesse outro exame de toque, o segundo até então e estava com apenas 5-6cm. Foi um balde de água fria. Não estava evoluindo bem e sentia que algo não estava certo. Perguntei da posição da cabeça do bebê e ela disse que ele estava com a cabeça de lado, ainda achando o caminho, mas que estava tudo perfeito, que era assim mesmo…

Precisava esperar e o colo dilataria no seu tempo mas estava doendo demais, muito mais do que eu podia imaginar e o cansaço estava chegando. Elas tentaram me convencer a caminhar, subir e descer escadas mas eu não queria de jeito nenhum sair da minha casa. Novamente eu ouvia o que o meu corpo pedia não o que a minha cabeça de doula dizia. A bola também não me ajudou, doía mais ainda quando sentava nela. Junto da minha doula fizemos alguns exercícios do Spinning Babies para ajudar o Noah a se posicionar…

Já era noite, não conseguia comer nada desde o almoço e só queria ficar no chuveiro. Entrei na banheira, fiquei um pouco, voltei para o chuveiro. Em algum momento a dor estava beirando o insuportável, as contrações eram muito próximas e longas, achei que não ia conseguir. Saí do chuveiro e pedi mais um exame de toque, o terceiro em 18h de bolsa rompida e contrações, Mais um balde de água fria, 7 cm…. horas se passavam e eu dilatava apenas um, dois centímetros… Reclamei, chorei, pensei em ir para o hospital fazer uma analgesia ou até uma cesárea!! Lembrava das mulheres que eu havia acompanhado e me via nelas. Entendi na pele quando só queremos acabar logo ”com aquilo”. Já estava cansada de ”brincar”.

Aceito, Entrego e Agradeço

Entrei no chuveiro de novo, ouvia as músicas da playlist que separei, me conectei com o Noah e com o meu corpo. Decidi parar de reclamar e ACEITAR que aquele era o meu processo, meu parto e que não tinha outra opção. Não queria sair dali e ir para o hospital. Não queria desistir de algo que eu havia desejado e sonhado tanto tempo. Sabia que era tudo pelo bem do Noah e o meu também. Lembro que falei para a minha parteira que parecia que eu ia morrer, e ela disse para que então eu me deixasse morrer.  Parece loucura mas eu sabia o que ela queria dizer. Eu precisava mesmo deixar morrer a mulher que  era até então e renascer a mãe do Noah. Minha vida mudaria completamente para sempre depois daquela noite.

E depois de rezar, chorar… como um passe de mágica as contrações ficaram mais suportáveis. Conseguia controlar a respiração e descansar entre uma e outra. Fiquei umas três horas no chuveiro e sentir vontade de ir para a banheira. A água morna naquele momento foi maravilhoso. Pedi mais um exame de toque, 8 cm… sabia que estava na fase de transição por isso a dor havia diminuído mas estava cansada demais para continuar.

Me desesperei e as contrações voltaram a doer como antes. Resolvi então me tocar e sentir onde ele estava. Sempre toquei o meu colo, antes mesmo de engravidar, então sabia me examinar. Estava com com 7-8 cm, a cabeça dele ainda alta e o colo edemaciado (inchado). Não tinha me tocado no trabalho de parto todo pois sabia que quanto mais exames maior o risco de infecção para mim e pro Noah. Mas naquele momento meu instinto falou mais alto que a razão.

Chorei pra parteira, pois sabia que ia demorar ainda mais e que aquilo não era um bom sinal. Lembrei de todas as mulheres que acompanhei que tiveram cesarianas por esse motivo.

Então dentro da banheira fiz algo louco… decidi reduzir o meu colo. Pra quem é leigo, resolvi dilatar o meu colo do útero com os dedos. Fiz uma mega força mesmo sem vontade e fui empurrando o colo anterior. Percebi que o colo cedeu, esperei outra contração com os dedos lá dentro e fiz novamente, agora reduzindo dos lados. Na terceira contração estava com dilatação total e ele havia descido.

Foto: Sabrina Pierri Fotografia

Avisei a parteira do que tinha feito e ela nem acreditou. Na contração seguinte senti uma pressão muito forte no ânus e vi meu útero empurrar para baixo. Que loucura!!! Estava vivendo na pele o que até então eu conhecia muito bem na teoria. Já havia acompanhado mais de 500 mulheres parindo mas nunca havia parido. Foi incrível. Fico feliz de ter me tocado e sentido meu colo abrindo, seus cabelinhos, de ter ouvido meu corpo todo o  momento.

Foto: Sabrina Pierri Fotografia

Mais uma contração e uma vontade absurda de fazer força veio junto. Era incontrolável, não tinha como não empurrar. Não precisava de ninguém me guiando, meu corpo sabia o que fazer e eu só precisava obedecer. Senti o tal ”circulo de fogo”. Fiquei com a mão na vagina o tempo todo e sentia em cada contração como ele descia bem. Logo eu estava sentindo os cabelos dele saindo.

O expulsivo foi a parte mais suportável, realmente essa fase não dói. A segunda parteira, Naolí chegou e o Noah nasceu. Foram apenas 50 minutos de expulsivo.

Nem pude acreditar, senti um alívio enorme, virei e lá estava ele. O abracei e lembro como foi maravilhoso sentir seu corpinho quente e úmido. Seu cheiro único. Meu marido junto de mim o tocava e conversava. Minha filha encostada na borda da piscina também dava as boas vindas. O tempo parou, não via nem ouvia ninguém.

Não sei quanto tempo passou mas senti vontade de sair da água. Levantei e saí caminhando para o meu quarto com o Noah no colo. Deitei e ele já foi pro peito mamar. Enquanto isso as parteiras me examinaram, minha placenta estava pronta para sair, fiz uma forcinha e ela pulou pra fora. Tive a feliz notícia de que meu períneo não havia lacerado e não precisaria de pontos. O cordão já havia parado de pulsar ,obviamente já que a placenta tinha saído, então meu marido fez a separação. Curiosidade: Ele nasceu com uma circular de cordão e nó verdadeiro.

Esse momento pós-parto era muito importante pra mim. Nos partos hospitalares que acompanho esse momento é feito rápido demais. Os bebês são separados das mães antes da hora de ouro terminar. Sempre tive pena dos bebês sozinhos em berços aquecidos já passando por intervenções como pesagem, vitamina K, etc.
O Noah passou por todos os exames necessários mas após 2 horas de vida, do meu lado, na cama onde eu podia tocá-lo e acalentá-lo.

Foto: Sabrina Pierri Fotografia

As parteiras o pesaram (3.885 kg), mediram (53cm), verificaram os sinais vitais (frequência respiratória, cardíaca, temperatura. Fizeram o exame do RN completo com muita calma e amor, tanto que ele nem chorou. Optei por não receber ocitocina intramuscular após o parto já que eu não estava sangrando quase nada, nem o PVPI nos olhos dele mas optei por fazer a vitamina K.  A parteira esperou ele mamar e fez com ele no meu colo (a vitamina previne hemorragia no recém-nascido). Ele não foi aspirado e voltou pro meu colo. Nós o vestimos depois de fazer bastante pele a pele e ficamos ali reconhecendo nosso pacotinho de amor. Sofia dormiu logo que ele nasceu e meu marido á levou para cama. Decidimos avisar os familiares que nem imaginavam o que estava acontecendo pois mantivemos segredo. A equipe se despediu por completo cerca de 3 horas depois e também fomos descansar.

Duas horas depois já fui tomar meu banho, caminhar pelo apartamento e ajudar minha filha a se arrumar para escola. A vida simplesmente continuou como se nada tivesse acontecido, no sentido de que a nossa rotina continuou normalmente. Minha recuperação foi incrível, muito melhor do que a minha cesariana, tinha poucas dores e cuidei do Noah com facilidade.

Intercorrência

Noah demorou para entender que havia nascido e respirou mais rápido que o normal por 25 horas. A taquipneia transitória do recém-nascido é uma disfunção respiratória causada pelo atraso na reabsorção do fluido pulmonar fetal. Mesmo eu tendo visto no hospital diversos bebês com esse quadro, ainda ficamos bem preocupados. Nossa parteira voltou para examiná-lo algumas horas depois e juntos decidimos acionar uma pediatra neonatologista para fazer uma avaliação. Ela confirmou que ele estava ótimo e que a taquipnéia era transitória e que em 24/48h normalizaria. Realmente normalizou mas eu sabia que se tivesse parido no hospital ele com certeza teria ido para UTI neonatal por pelo menos 24h, não teria mamado e teriam coletado sangue (eu tinha o exame de streptococcus positivo). Não conseguia imaginar ficar sem ele todo esse tempo, ele passando por tantas intervenções e novamente tive certeza da nossa decisão.

Hoje Noah está com 41 dias super saudável, já ganhou 1kg, cresceu 4cm e mama exclusivamente no seio. Cada dia é um aprendizado novo.

Quando paro para pensar no parto ou assisto o vídeo, é difícil de acreditar que não foi um sonho. Passou tudo tão rápido e fico feliz de ter tudo registrado. Com certeza teria ficado muito triste se não tivesse uma fotógrafa presente pois meu marido estava totalmente envolvido no parto, assim como minha doula. Super recomendo.

Foto: Sabrina Pierri Fotografia Minha equipe maravilhosa – Parteiras do AMA NASCER: Mayra Calvette e Naolí Vinaver / Doula: Rachel da Costa / Fotógrafa: Sabrina PierriE assim encerro esse super relato que tenho a felicidade de compartilhar com vocês.
Parir era um sonho que realizei. Foi mais longo que pensei, muito mais dolorido do que imaginei, mas era o parto que eu precisava. Sempre acreditei que temos o parto que precisamos e não que queremos.

Para quem está gestando posso dizer que parir na maioria das vezes não é fácil, o meu não foi, mas que valeu muito á pena. Para que vocês tenham um parto respeitoso e prazeroso, não traumático, é fundamental preparação. E essa preparação é com informação! Façam um pré-natal de qualidade com um obstetra que apoie o parto natural, tenham uma doula para ajudá-los já na gestação a se prepararem e estudem, pesquisem pois no Brasil não basta querer parir. É preciso lutar e vestir uma armadura de conhecimento.

Desejo á todas uma boa hora,
Cris Doula


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