Eu sabia que não seria fácil, afinal eu já havia passado por isso, mas eu precisava reescrever a história do meu parto, aquela história de um parto lindo mas com intervenções desnecessárias, com sofrimento demais, com dor além de física, emocional. Eu rezei por um parto em que Deus provasse pra mim que valia a pena acreditar, tentar mais uma vez. Eu morri de medo, eu pensei em outras alternativas de parto, eu pirei com a ideia de passar aquele sofrimento novamente, mas eu acreditei, confiei e eu tive um maravilhoso parto, um parto incrível que começou com contrações sem ritmo as 2:30h da manhã e fui levando, levando, até que aumentaram de intensidade lá pelas 6h.
Acordei o Ricardo, tomei um bom banho, tomamos café, fui sempre mantendo contato com a minha maravilhosa doula @cristinamelodoula (que por sinal estava auxiliando um parto bem na horinha), dei um belo bom dia pra Lívia, Ricardo levou ela pra casa da mãe e mais uma vez fiquei aguentando as contrações em casa (bem apertadas já), mas com calma, tentando prestar atenção aos meus instintos. E realmente quando eu já estava com bastante dor, a fila já havia passado, tudo já estava no carro, a Cris já estava em casa, nós resolvemos sair. Pegamos ela em casa (já era 11:30h) e fomos pra Ilha Maternidade (aí no caminho eu já estava com muitas contrações, ritmadas, com menos de três minutos de intervalo). Cheguei um momento a pensar que nasceria no carro, mas não!
Chegamos na Ilha e o plantonista ao avaliar me surpreende com: “estais com 9cm, vai nascer”. Meu Deus, é mentira isso! Eu aguentei até aqui? Está sendo lindo assim mesmo? Então bora pra sala de parto (maternidade muito vazia e sala desocupada)  Chegamos eu, Ricardo e Cris e fui direto pro chuveiro bem quente, então fiquei ali debaixo da água, ao som das minhas músicas preferidas, me apaixonando mais uma vez por aquele baita homem que eu escolhi pra passar o resto dos meus dias, me sentindo mega amparada por uma profissional competente e que passa aquela segurança.
Eu me entreguei, eu nunca estive tão feliz, eu nunca me senti tão poderosa. Eu comecei a ter os puxos (que até então eu nunca tinha sentido no parto da Lívia) ali mesmo no chuveiro e quando estava quase nascendo eu saí, fui para o banquinho de parto, a Cris chamou o médico eu fiz mais umas 4 forças, eu chamei ela com força: “Vem Maitê!” e senti a minha filha passando pelo meu corpo, eu senti o verdadeiro parir e nós juntos, reescrevemos o nosso parto.
Eu pari, nós parimos, eu conheci mais uma vez o verdadeiro amor e tudo que um dia me causou dúvida, neste dia me deu a certeza de que sempre vale a pena tentar, mais uma vez!