Relactação é uma técnica cujo objetivo é estimular a produção de leite, e consiste em colocar o bebê sugando ao peito enquanto é dado o complemento. Existem kits de relactação disponíveis para compra, veja no site:
Porém é possível conseguir o mesmo resultado com uma sonda nasogástrica, que pode ser comprada em cirúrgicas e é uma alternativa muito mais acessível economicamente. Basta colocar uma ponta da sonda no copo com complemento e a outra junto ao bico do seio e oferecê-lo ao bebê (recomenda-se passar a ponta da sonda por uma chama para eliminar rebarbas do plástico e conseguir o acabamento arredondado). Outra alternativa é uma seringa: colocar o bebê para mamar e com a seringa ir pingando o leite no canto da boca do bebê.
Visto que o objetivo da relactação é fazer com que a mãe produza leite o suficiente, deve-se tomar o cuidado de não saturar a oferta de complemento, ou seja, oferecer sempre menos que o necessário para saciar a fome do bebê para que ele tenha mais vontade de mamar ao longo do dia, estimulando as glândulas mamárias da mãe através da sucção. Em questão de três dias a cinco dias, aproximadamente, a mãe já estará produzindo leite na quantidade certa para o bebê – nunca esquecer que a produção de leite é regulada pela livre demanda, ou seja, permitir que o bebê mame sempre que quiser ou precisar.
Cálculo para saber qual a quantidade de leite que um bebê toma em um dia, aproximadamente:
multiplicar o peso em quilos por 125 ml de leite e o total dividir pela quantidade de mamadas – um bebê em livre demanda mama entre 9 a 11 vezes por dia. Um bebê de 5 quilos, por exemplo: 5 x 125 = 625 ml, igual
a 60/65 ml de leite por mamada – parece pouco? Acredite, é o suficiente! Na relactação, sempre oferecer menos que isso, diminuindo a quantidade aos poucos.
Se o bebê que mama no peito não aceita mamadeira é porque acontece a confusão de bico – a maneira como o bebê suga o peito é diferente da maneira como suga o bico da mamadeira, os músculos trabalham de forma diversa e a posição da língua também é diferente. No caso de um bebê amamentado ao seio
isso é positivo, e sempre deve-se evitar dar mamadeira e bicos artificias a bebês amamentados. Procure oferecer o leite no copinho ou na colher, e pense: poderia ser muito pior a situação inversa, ou seja, o bebê que rejeita o peito porque acostumou-se a sugar na mamadeira.
É comum, nos períodos que chamamos de saltos de desenvolvimento, que os bebês mamem mais e com mais frequência por alguns dias, para estimular o corpo da mãe a produzir o leite que necessitam. Interferir nessa dinâmica pode gerar um descompasso entre a produção de leite materno e a real necessidade do bebê. Porém aos três meses, aproximadamente, é comum que o corpo da mãe não produza mais tanto leite quanto quando o bebê era recém-nascido (sensação de mamas cheias), o que não quer dizer que o leite
secou, mas apenas que o corpo se adaptou a produzir apenas a quantidade de leite necessária. Não esquecer que não há desperdício na natureza, e que 80% do volume de leite que um bebê ingere é produzido durante a mamada, ou seja, quando ele suga. E é também importante que o bebê esvazie o peito, pois assim estará ingerindo também o leite posterior, mais rico em gorduras que saciam o bebê por mais tempo, e que é produzido apenas nos últimos minutos da mamada.
Mas se o bebê quando aos três meses, mantém-se na rotina de mamar no peito ereceber o complemento, podemos observar que a relação entre produção e demanda está abalada, e uma relactação em um caso desses pode ajudar muito a mãe a voltar a produzi leite na quantidade ideal para seu bebê.
Post dedicado a minha doulanda que começará a relactação em breve 🙂

Cris De Melo
Doula!


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