Por Cristina Melo – Florianópolis/SC
Quando jovem, minha mãe atuou como parteira na Maternidade Carlos Corrêa e sempre compartilhava suas experiências comigo. Desde criança, eu já achava a gestação e o nascimento algo lindo. Sempre que alguém da família engravidava, eu festejava, e ao nascer um bebê, eu fazia questão de visitá-lo.
Em 2006, aos 16 anos, tive a oportunidade de acompanhar meu primeiro parto. Minha tia estava grávida do segundo filho, e me ofereci para estar presente, ajudando-a no que fosse necessário. Foram 24 horas de trabalho de parto, e no final, ela deu à luz um bebê com mais de 4 kg.
Fiquei encantada com o nascimento do bebê e como a mulher se recuperava rapidamente, mas entristeceu-me a violência obstétrica que ela sofreu. Houve várias intervenções desnecessárias e frases que ninguém deveria ouvir, principalmente durante o parto. No dia seguinte, ajudei outras duas jovens mães a cuidarem de seus recém-nascidos, que compartilhavam o quarto com ela. Por instinto, auxiliei na amamentação, troca de fraldas e outros cuidados. Senti-me realizada!
Por ironia do destino, fiquei grávida poucos meses depois e tive minha primeira filha aos 17 anos. Acabei passando por uma cesárea eletiva por recomendação da minha obstetra. Não gostei do procedimento, mas tive uma boa recuperação. Apesar de tudo ter corrido bem, senti que algo estava faltando.
Iniciei a leitura sobre partos, pesquisei e conheci o mundo das doulas. No mesmo ano, formei-me como técnica de enfermagem e doula. Em 2018, decidi ter meu segundo filho e realizei o sonho de parir naturalmente na água. Foi uma experiência incrível, contando com o apoio de uma doula. Mesmo sabendo tudo sobre partos, reconheci que merecia alguém para cuidar de mim e apoiar meu parceiro durante todo o processo.
Minha missão desde 2010 é ajudar o máximo de mães possível com informações, apoio e técnicas para facilitar o parto. Todas merecem uma doula e o parto que desejam. Apoio e informação são fundamentais nesse processo.
Cristina Melo
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