Por Dra Melania Amorim:
“Quando a bolsa rompe, acho que a gestante deve ser examinada, o que pode ser feito em casa ou no hospital, mas é importante confirmar se houve ou não ruptura prematura das membranas, avaliar o aspecto do líquido, pesquisar sinais de infecção.
Esse exame pode ser realizado pela parteira ou pelo médico obstetra, mas SEM TOQUE VAGINAL.Se for para aguardar o início do trabalho de parto, não vejo contra-indicação para aguardar em casa… até porque ela pode ter planejado um parto domiciliar, não?
Importante rastrear infecção, então em ruptura prolongada de membranas vale a pena fazer leucograma. Não se recomendam TOQUES nem se manter relações sexuais nesses casos, para minimizar o risco de infecção. O risco de infecção é tanto maior quanto maior o intervalo entre o primeiro toque e o parto, e quanto maior o número de toques.
O tempo de espera em casos de ruptura prematura das membranas é variável de acordo com o protocolo de cada serviço, na maioria dos países à exceção do Brasil, aguarda-se entre 24 a 72 horas. A revisão sistemática da Cochrane sugere que a indução leva a menor risco de infecção materna do que a conduta expectante, mas os desfechos perinatais são semelhantes. A conduta deve, portanto, ser individualizada.
Sem bolsa rota: muitas vezes as gestantes confundem os pródromos com trabalho de parto e vão correndo para o hospital, o que pode levar a internações precoces e uma cascata de intervenções para “acelerar” desnecessariamente o trabalho de parto.
Então, se a opção for por um parto hospitalar, o ideal é esperar que as contrações estejam fortes, ritmadas, a cada três ou quatro minutos, exceto se antes disso a dor for muito intensa, insuportável. Mas eu recomendaria esperar com uma doula para dar suporte contínuo e precoce.