Definir-se entre parto normal ou cesárea é apenas uma das muitas escolhas a fazer antes da chegada do bebê. Para tudo sair o mais próximo possível do planejado, ter um plano de parto contribui para as escolhas da mulher serem respeitadas em um momento tão especial – e às vezes um pouco tumultuado – como a hora de dar à luz.
O plano de parto é uma carta de intenções, na qual a futura mamãe descreve como gostaria que as coisas fossem conduzidas antes, durante e após o parto. “É um instrumento que deve ser criado pela gestante e discutido junto com o pré-natalista e o médico que vai fazer o parto, para analisar o que é viável ou não para aquele momento”, afirma Antonio Júlio Sales Barbosa, ginecologista e obstetra do Hospital Santa Catarina (SP).
Geralmente, no documento a mulher declara se haverá acompanhante durante o parto, se pretende tomar analgesia, se o pai irá cortar o cordão umbilical, se quer amamentar o bebê logo após o nascimento, entre outras coisas. Além de procedimentos técnicos, como o tipo de parto desejado, também é possível solicitar alguns detalhes, como um quarto com música ambiente e pouca luz, ou, ainda, definir se permite a raspagem dos pelos pubianos.
Embora ainda não seja muito frequente, o plano de parto tem sido cada vez mais adotado, especialmente por mulheres que buscam um procedimento diferente do convencional, como o parto natural. “Tradicionalmente, a paciente era mera passageira do seu próprio trabalho de parto. A mulher tem todo o direito de opinar. O parto é dela, e não do médico”, diz o ginecologista.
Para a obstetriz Ana Cristina Duarte, coordenadora do Grupo de Apoio à Maternidade Ativa e coautora do livro “Parto Normal ou Cesárea? O que Toda Mulher Deve Saber – e Todo Homem Também” (Editora Unesp), o plano de parto é uma ótima ferramenta para a paciente conhecer melhor o médico e verificar se o profissional está alinhado com as expectativas dela. “Se ela quer um parto na água, por exemplo, e aquele médico só faz o procedimento de rotina, o casal tem a chance de repensar o parto ou procurar um médico que atenda à sua escolha”, diz.
Segurança em primeiro lugar
Embora a equipe médica tente seguir ao máximo os pedidos da gestante, a segurança do bebê e da mãe vem em primeiro lugar. Por isso, em partos de risco ou com complicações, todo o plano pode ir por água abaixo. “Tudo pode mudar no momento do parto, quando são avaliados a posição do bebê, o tamanho dele, as condições gerais da mãe, entre outras coisas que podem ocorrer no meio do caminho”, afirma o ginecologista e obstetra Luiz Augusto Santana (RJ).
O obstetra recomenda que a lista de preferências para o momento do parto seja discutida com o parceiro e elaborada com a ajuda do médico desde o início da gestação. “Na primeira consulta, a paciente já deve verificar com o obstetra se ele faz o tipo de parto que ela deseja, para não ter nenhuma surpresa desagradável no final”, esclarece.
Embora não seja um documento com valor legal, o plano de parto deve ser levado ao hospital, para ser adicionado ao prontuário da gestante. Se mudar de ideia sobre algum item na hora, basta avisar a equipe médica para alterar o procedimento.
15 perguntas para elaborar o plano de parto
Veja alguns itens que podem ser pontuados em um plano de parto. Lembre-se de discuti-los antecipadamente com o médico e também com seu parceiro. Faça cópias da carta e entregue-as no hospital quando chegar o grande momento.
1. Qual o tipo de parto desejado?
2. Haverá acompanhante durante o parto (parceiro, doula, mãe etc.)?
3. O pai vai cortar o cordão umbilical?
2. Haverá acompanhante durante o parto (parceiro, doula, mãe etc.)?
3. O pai vai cortar o cordão umbilical?
4. Permissão para utilização de métodos para combater a dor, como anestesia?
5. Tipo de analgesia desejada, se for o caso (peridural, raquiana)?
6. Permite a raspagem dos pelos pubianos (tricotomia)?
7. Qual a posição desejada para o parto (de cócoras, de joelhos etc.)?
8. Deseja ter música, iluminação baixa e ar-condicionado no ambiente?
9. Deseja ter liberdade de alimentação (não ficar em jejum antes do procedimento)?
10. Quer ter liberdade para caminhar?
11. Permite a indução do trabalho de parto?
12. Permite a episiotomia (corte cirúrgico do períneo)?
13. Quer que o bebê seja colocado sobre o peito da mãe imediatamente após o parto?
14. Deseja amamentar o bebê logo após o nascimento?
15. Pretende fazer a amamentação sob livre demanda.
11. Permite a indução do trabalho de parto?
12. Permite a episiotomia (corte cirúrgico do períneo)?
13. Quer que o bebê seja colocado sobre o peito da mãe imediatamente após o parto?
14. Deseja amamentar o bebê logo após o nascimento?
15. Pretende fazer a amamentação sob livre demanda.
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