Parto da Cristina, nascimento Aline! 

De vez em quando me pego relembrando daquele dia, é como se quisesse reter para sempre todos os detalhes. Não sei se com o tempo as idéias se transformarão, portanto deixo aqui o relato do parto da Aline, enquanto está fresquinho:

Tive uma gestação perfeita, nenhum problema, nem de saúde, nem de nada. Muito feliz e ativa, me informei, mudei de obstetra, fiz curso de gestantes no HU, encontrei minha doula e tudo estava pronto, só faltava ela sair. Acho que parte bem importante foi o Dr. Marcos Leite, tive muitas indicações dele, todos tinha tido seus partos com ele e vi que era “O Cara”, uma pessoa experiente e cuca fresca, daqueles que não apavoram mais ainda as grávidas e de um jeito bem particular de ser, sei lá, diferente. E o mais importante, super a favor do empoderamento da mulher, capaz de parir seu próprio filho. Como ele diz: “É você que fará seu parto, eu só assisto.”

Bom, estava de 38 semanas numa quarta-feira e tive uma consulta, lá ele disse que ainda estava alta, e que iria demorar mais umas semanas (acho que isso é tática pra não deixar tão ansiosa). Fomos para casa e me preparei para a última aula de circo antes do meu recolhimento. Pensava em curtir essas duas semanas, ir no cinema, sair, ser masi um pouquinho paparicada, enfim… mas na quarta à noite já me sentia um pouco diferente, com umas dores bem leves. Fomos para casa, jantamos e falei com a doula. Quando me deitei para dormir senti que essas dores se intensificaram um pouco, sentia irradiar das costas até a barriga, mas não sentia endurecer tanto quanto imaginava que fosse.

Contei mentalmente o tempo e não parecia regular, mas deitados no escuro não conseguia dormir. Dizia para meu marido: “Leo, acho que estou em trabalho de parto” e ele tentando dormir me massageava e dizia: “Relaxa, não vai ser agora!” e voltava a dormir. E assim segui sozinha restando atenção e me conectando com essas sensações. Quando vi no relógio, ainda era 2h da madruga, e senti que a noite seria longa. Resolvi tomar um banho quente pra relaxar e lá o “bicho pegou”, a dor aumentou, fiquei com dor nas pernas e permaneci sentada embaixo do chuveiro. Chorei… chorei mais alto pra ver de “alguém” vinha me salvar, mas nada. Aquele momento era só meu mesmo.

A certa altura estava confusa se realmente aquilo era TP, acordei meu marido e disse que tínhamos que ir na maternidade, mesmo que fosse pra dar meia volta com alarme falso. Dia 15 de julho, acho que o dia mais frio do ano.

Lá na Clinica Jane, o plantonista fez o toque e já estava com 3cm de dilatação, tentou alscutar o coração e nada, trocou de aparelho, botou mais gel e nada. Eu simplesmente olhava para meu marido, sem querer dizer o que podia estar acontecendo. por sorte encontrou outro aparelho que funcionava, estava tudo bem. Mas ele aconselhou voltar para casa pois ainda iria demorar e a incrível notícia que a clínica estarava lotada naquele dia e que deveria ir para outro hospital. Quase que meus planos tinham ido por água abaixo, teria que abrir mão da doula e do Dr. Marcos caso tivesse no HU. Volatmos para casa e nem sei com consegui dormir…

Quando me despertei, já era dia, um lindo ensolarado dia 15 de julho. Ligamos para Dr. Marcos para dizer que estávamos indo para o HU e ele disse para esperar um pouco e que iria ligar na clínica. Avisamos a doula e antes de sair de casa ele nos retornou dizendo para ir para a Jane, já que o quarto do parto natural estava livre, já iria direto pra lá.

Chegamos umas 9h30 lá, na recepção disseram para esperar, queriam fazer cadastro, hehehe e eu em TP tinha que lembrar o CEP de casa. Ah, porque esqueci de mencionar que já imaginava que o Leo esqueceria de tudo, nem fez a mala dele, esqueceu a câmera, hahah um louquinho mesmo. Estava lá fora, caminhando e as contrações bombando, na clínica estavam meio enrolados pra me deixar entrar. Então vejo chegando como uma fadinha toda de branco, a  nossa doula. Logo em seguida chega o nosso anjo da guarda, dr. Marcos. Que me pega pela mão e entra comigo direto pra sala de parto.

Quando me deitei para os exames, de batimentos e contrações doía mais. O Dr. fez o toque, já estava com 7cm e nos disse que teríamos que começar a trabalhar mesmo, pois a bebê estava alta, e daquele jeitão tranquilo dele nos deixou para fazer a parte burocrática.

A Doula foi sugerindo e conduzindo as atividades, começamos a dançar, eu e Leo, requebrando a cintura e rindo. O Leo como não poderia deixar de ser, palhaço, sempre. Depois fizemos circular sentada na bola e a cada contração me faziam massagem. e nos intervalos tomei suco, recebi massagem relaxante. Leo e a Doula se revezavam. Tive vontade de ficar de quatro, a Doula fez uma massagem diferente pra ajudar a Aline descer, e aliviou a dor.

E fiquei lá por alguns minutos e de repente, PLOC! estourou a bolsa!, tinha me esquecdo dessa parte do pacote. Vi que o líquido estava esverdeado e me apavorei, estava meconial, mas a Doula dizia que estava tudo bem, com aquela voz doce e me acalmou, pediu pra chamar o Dr. pois daquele momento as coisas iriam se intensificar. E realmente foi. Quando chegou o Dr. nem precisou fazer outro toque, ele já percebeu que estava bem avançado e falou pra entrar na banheira.

Achei bem quente, a princípio não gostei, mas quando abaixei a barriga na água, aquele quentinho… hummm. O Leo ficou atraz de mim, me acariciando, mas se apoiava na janela e eu não sabia se prestava atenção nele que poderia cair lá pra baixo ou em mim, hahaha. Tive um conforto naquela água quentinha, mas durou pouco, creio que neste momento tive mais uma 3 contrações antes do período expulsivo. Foi como se tivesse desligado o botão da contração e ligado a expulsão. nunca poderia imaginar como seria aquela força, que vem das profundezas do ser, não chega a ser dolorido, mas era forte e me assustava toda essa força, portanto eu me segurava nas barras e deixava vir, vocalizando e controlando pois se fissesse a força que sentia vontade sairia de uma só vez.

A doula me dizia que iria sentir o “circulo de fogo”, e eu não mais vocalizando, estava urrando, dava uns socos na borda na banheira e estava na partolândia, por completo. Parecia que não volatria mais e quando Dr. Marcos me chamou, buscou meu olhar com o dele e me trouxe de volta para receber minha filha pois faltava muito pouco.

Perguntei à eles se deveria fazer toda força que sentia vontade e disseram que sim, foi então que quando mudei de posição veio a força e dei tudo de mim. Aline saiu um PLUFT, mergulhou na banheira e fez uma cambalhota (como deveria ser) e foi parar nas mãos do Dr. Marcos, e eu tomei o maior susto, nem acreditava que já estava lá. Senti tudo na mesma hora, ela descendo, a queimação, e saiu.

Leo foi vê-la de frente, e não esqueço da alegria dele, e de seu choro emocionado. Nossa cumplicidade. Efim nosso amorzinho estava lá. E então ele inaugurou Aline, cortando seu cordão. ela ficou comigo quentinha… e depois foi para os procedimentos… sempre ali pertinho.

No final, me deitei na maca para fazer os dois pontinhos desse susto. E Eu, Léo e Aline ali, enfim a família estava completa.

Depois de tudo pronto, agradeço ao meu médico pela asistência, e ele diz: “Eu que tenho que agradecer por este momento… ” que figura…

A Doula me ajudou no banho pois estava meio grogue, fui para o quarto e achava que iria dormir, mas que nada, a cabeça a mil e a sensação de gratidão por todos que estiveram lá… e meu bebê dormindo… fofinha e o papai, correndo pra casa pegar as coisinhas que esquecemos heheheheh.

Fonte: http://alineceleste.blogspot.com