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Quando soubemos que estávamos esperando a Isadora não sabíamos realmente quanta emoção iríamos viver no dia do seu nascimento. Muitas coisas se passaram pelas nossas cabeças desde então: A felicidade de ter nossa filha, de contribuirmos e sermos responsáveis por um novo ser… A vida mudou de uma hora para outra, um novo desafio, o melhor de todos, e o mais gratificante!

Queríamos que ela viesse da forma mais humana, menos agressiva e invasiva possível, e após conversarmos e nos informarmos decidimos pelo parto natural na agua. Para que esse momento fosse possível, nos preparamos. Eu como professor de educação física, treinador e pai, ajudei minha mulher com a parte física. Fizemos um trabalho focado no parto, fortalecendo principalmente os músculos do assoalho pélvico e lombar.

Todo o período da gestação foi muito gostoso, curtimos um monte aquela barriga, já imaginando como seria o rostinho da nossa filha, eu sempre conversando com ela, dizendo o quanto a amava e o quanto estava sendo esperada. Em 40 semanas tivemos apenas um pequeno imprevisto quando fizemos um ultrassom na semana 34 e nossa filha tinha resolvido sentar.  O médico disse que poucos faziam partos pélvicos, ele mesmo não aconselhava… Mas havia chances dela voltar a virar! Então conversamos com a doula, que aconselhou a buscar os exercícios e posições que ajudavam o bebe a virar. Às vezes chegava em casa do trabalho a noite e encontrava minha mulher de ponta cabeça!

E na semana 37 quando fizemos o novo ultrassom, para nossa alegria a Isadora estava com a cabecinha para baixo novamente. A Paula começou sentir as contrações de treinamento no sétimo mês, víamos a barriga ficar quadrada, e a principio achávamos que era nossa filha se mexendo…

No dia 21/12, domingo, as contrações vieram com frequência… À noite já estavam mais fortes e começamos a monitorar… A ideia era ficarmos em casa o máximo de tempo possível, só iriamos para maternidade quando as contrações estivessem em intervalos de 3 em 3 minutos por mais de uma hora, e assim foi, fomos a maternidade dia 22/12 no inicio da manhã. Chegamos pelas 7h, a Paula foi examinada, e uma surpresa, não tinha nada de dilatação. “Como assim? Toda essa dor e nada ainda?” ela falou, mas o medico a tranquilizou dizendo que seria uma questão de tempo para dilatar, pois a Isadora já estava bem encaixada e fazendo pressão para nascer.

A Paula falou com a Cris (doula), que aconselhou a caminhar, e disse que a Isadora ainda poderia demorar muito para chegar, para ir comunicando da evolução. Fomos para uma sala (ainda não a de parto com a banheira), e ficamos caminhando de um lado para outro, só nós 2. Nas contrações ela se apoiava em mim, queria chorar, chingava… Eu dizia para ter calma, que ela ia conseguir, e que nossa filha estava chegando. Quando foi umas 10h fomos encaminhados para sala de parto, chegando lá a Paula foi direto para o chuveiro, ela já não me queria mais por perto, queria ficar sozinha. Avisei a Cris, que chegou logo depois.

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Era meio dia, fui almoçar, a Paula ficou com a Cris, recebendo massagem, quando voltei, o médico estava lá, para ver a dilatação (era meio dia e meio mais ou menos), e novamente surpresa! Dilatação total! Que felicidade! Não esperávamos que fosse ser tão rápido! Fomos para a banheira, eu sentei, a Paula sentou na minha frente. Após algumas contrações e muita força, as 13h19minh nossa filha nasceu! Na agua, naturalmente, no seu tempo, com toda tranquilidade, sem necessidade de soro, anestesia, cortes, assim como queríamos! Foi direto para o colo da mãe, esperei o cordão terminar de pulsar e eu mesmo cortei.

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Ficamos ainda um tempo babando por ela antes que fosse para os cuidados da pediatra.

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Eu como surfista e um amante do mar, achei demais minha mulher querer ter um parto assim, na agua. A mulher tem o “Dom”, a dádiva de dar a luz. Essa é a coisa mais perfeita na vida. O que vivemos foi como se conectar com Deus e com tudo de maravilhoso que a vida pode proporcionar. Eu não sabia disso até então, só descobri no momento que a Isadora nasceu. Foi muito maior do que qualquer coisa, uma sensação única e inesquecível.

Se vc é uma pessoa fissurada em adrenalina como eu, em esportes radicais, ou se precisa usar alguma droga pra sentir algo mais forte, ver o nascimento de um filho é muito mais, te deixa em estado de êxtase, a emoção mais pura e forte.

Queremos agradecer o apoio do médico plantonista Dr. Cláudio Canabarro, pela confiança que nos transmitiu, pelo entusiasmo ao vivenciar esta experiência conosco. A doula Cristina Mello, pelo cuidado, e pelas informações disponibilizadas, por nos acompanhar durante este processo, a fotógrafa Camila Reis por sua discrição, e por registrar este momento, a nossa família, pelo carinho conosco e com a chegada da Isadora.

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Antes de finalizar queria dizer aos pais, por experiência própria, que participem do parto de seus filhos, incentivem suas mulheres a optar por um parto natural, ajude no que precisar, o resto é com elas e vocês vão perceber o elo criado como família depois de vivenciarem esse momento, com certeza vai fazer o amor e a união crescer ainda mais.

Ricardo