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Parto natural.

É quase impossível não virar um pouco ativista depois que vivemos a experiência de um parto natural. É por isso que compartilhamos nossas fotos, nossos vídeos e abrimos para quem quiser ver esse momento tão especial e íntimo das nossas vidas.

O tipo de parto não vai te fazer melhor mãe e nem mais mulher. Esse relato não tem como objetivo nenhum julgamento e é apenas para eu contar a minha experiência e talvez sirva para inspirar as futuras mamães da minha timeline Emoticon smile

Não sei ao certo dizer quando começou a surgir a vontade de ter um parto natural. Antes de engravidar eu não pensava muito sobre isso… o certo é que eu sempre tive muito medo de cirurgias ou qualquer intervenção médica. Por isso, depois que eu já estava decidida pelo parto normal e alguém me falava “nossa, que corajosa!!!!”, sempre pensava “coragem é de quem escolhe fazer uma cesária!”.

O parto normal é o parto via vaginal. Quando falamos em parto natural, além da via do parto ser a vagina, ele ocorre sem intervenções médicas como anestesia e indução. É a mãe e o bebê que fazem o parto… o médico fica ali assegurando que tudo está correndo bem para a mamãe e o para bebê, e a postos caso seja necessária uma intervenção.

O nosso parto foi natural. O Francisco nasceu na água, sem nenhuma intervenção médica. Na sala de parto estávamos acompanhados de nossa doula, a nossa querida Cristina Melo e do nosso médico que nos acompanhou durante o pré-natal. Escolhemos o ambiente hospitalar (nossa melhor escolha, já que o Francisco precisou ficar em observação nas suas primeiras horas de vida).

No dia 15 de novembro, quando completávamos 39 semanas + 3 dias, passeamos bastante e quando chegamos em casa no final da tarde eu percebi que estava sangrando um pouquinho. Depois de trocar algumas mensagens com o médico e com a doula, chegamos à conclusão de que a bolsa poderia ter rompido e a qualquer momento as contrações poderiam começar. No início da madrugada recebi uma mensagem do médico, perguntando como estávamos, mas ainda nada! Às 2h mensagem da doula, e ainda NADA!

“Acho que não é hoje”, pensei!

Não me lembro exatamente que horas começou, mas comecei a sentir um pouco de cólica e num curto intervalo de tempo eu já não conseguia mais contar as contrações! Chegamos à maternidade às 4h da manhã e às 8h45min nosso Francisco nasceu. As fotos retratam os últimos momentos do parto, o momento de transição e o expulsivo. Passei a maior parte do trabalho de parto no chuveiro, com a água quente caindo na barriga e no finalzinho fui para a banheira.

Conheci a partolândia.

Trabalho de parto é dor, é solidão, é força. É não ter pudor e deixar o nosso corpo fazer o trabalho dele. É gemer, cantar, rir e chorar. Tudo isso junto! É achar que não vai acabar nunca e depois de 1min ter os filho nos braços. É nunca se sentir tão frágil e forte ao mesmo tempo.

Se dói? Dói muito. Dói pra caramba! Mas sinceramente a dor não é a protagonista dessa história. Esse terror da dor foi plantado na nossa sociedade e está tirando a oportunidade das mulheres vivenciarem de forma mais plena o melhor momento de suas vidas. A dor faz parte mas é uma dor de VIDA! Você sabe porque está doendo. A cada contração você está mais perto de conhecer o amor da sua vida e por mais que a gente chegue a achar que não vai conseguir, em nenhum momento pensei em sofrimento. Dor é uma coisa e sofrimento é outra.

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Ouvi algumas vezes: “não sou bicho para ter filho assim”. Me desculpem mas somos bichos sim! E para mim, esse era o barato da história. A vida e minha condição de mulher estavam me dando uma oportunidade única! Parir naturalmente era um presente que eu não poderia negar! Sentir meu corpo se abrindo para a vida e pegar meu filho na água com as minhas próprias mãos, foi uma experiência maravilhosa e que me transformou. Quando lembro do sorriso e da serenidade do meu marido que ficou do meu lado durante todo o tempo, do carinho da nossa doula que cuidou tão bem de nós três (sim, a doula cuida da parturiente, do bebê e do marido) e da emoção que envolveu toda aquela manhã eu não penso na dor. Penso apenas que quando eu engravidar novamente vou esperar ansiosamente por esse momento.

Infelizmente no Brasil, quem deseja ter um parto natural e humanizado (parir no corredor do hospital é natural, porém não tem nada de humanizado) precisa mais do que desejar. Se eu posso dar um conselho, é importante ter uma doula. Ela vai te esclarecer e indicar o melhor caminho. Tenha certeza que o seu médico vai respeitar a sua vontade e não deixe para falar sobre o parto nas consultas finais.

Sou muito grata à nossa família que sempre nos apoiou nas nossas decisões, ao meu marido que engravidou e pariu junto comigo, não só me apoiando, mas participando ativamente de todos os momentos, à minha sogra, dona Eunice, que mesmo com toda sua bagagem e experiência como obstetra, nos abriu os caminhos para que ele fosse percorrido através das nossas próprias escolhas. E principalmente ao Francisco que encarou todas as contrações junto comigo e veio ao mundo para se tornar o melhor presente da minha vida.

Te amo, meu filho!
Vídeo do parto: https://www.youtube.com/watch?v=eTa1oGHx0ww

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