Primeiro de novembro de 2016, dia em que conhecemos o grande amor de nossas vidas, nossa Maria que veio para Clarear os nossos dias, nasceu nossa Maria Clara, tão amada, tão desejada, tão esperada. Quando eu pensava em ser mãe, lá pelos meus vinte e poucos anos, pensava que o parto seria de cesária, para quê sentir dor e lidar com o inesperado??? Quero poder marcar o dia e anestesia, mas eis que tudo mudou. Quando de fato comecei a pensar em engravidar, com 31 anos, comecei a ler mais sobre as vias de parto e minha cabeça mudou completamente, eu não só não queria mais cesária, como queria um parto humanizado, não só normal, mas natural, com o mínimo de intervenções possíveis, sem analgesia, sem episiotomia etc…Esse tipo de parto me encorajou, me deixou mais tranquila, segura e certa de que era isso que eu queria.

Antes sempre que pensava em ser mãe tinha muito medo do parto. Li muitos relatos e me interessei muito pelo parto na banheira, por ajudar a relaxar, dilatar, sentir menos dor e sempre achei muito bonito. Claro que planejar é uma coisa, mas nem sempre é possível e nem sempre as coisas são como a gente quer, mas fui atrás disso. Descobri a Maternidade Ilha, que dava a oportunidade do parto na banheira e aceitam Doulas.

Eu ainda não tinha médico em Floripa, então por indicação de uma amiga (obrigada Mi) conheci o Dr. Fernando Pupim e me identifiquei muito com ele e com a forma dele acompanhar a gestação e por dar prioridade ao parto natural, como eu queria(obrigada por tudo Dr. Fernando). Junto com o parto natural conheci a Doula, sua função, o que fazia, de que forma poderia ajudar, e me encantei. Também por indicação conheci a Cris Melo (melhor Doula). Meu marido não entedia direito o seu real valor, achava besteira, só o médico estava bom, mas aos poucos ele foi entendendo e no dia ele percebeu o quanto ela foi indispensável e a agradeceu muito (obrigada por tudo Cris).

Bom…Eram 9h do dia 01/11/16, estava com 38 semanas e acordei com uma cólica estranha. Contei para minha mãe e ela pediu que eu contasse para o médico. Mandei uma mensagem para o Dr. Fernando e ele disse que se não passasse queria me ver. De fato não passou, mas também não aumentou, fui levando até às 13h, quando comecei a ficar preocupada com aquela cólica e em conversa com minhas amigas mamães resolvi que deveria ir ao consultório para que o Dr. Fernando me avaliasse, mas para mim não era nada, iria passar, eu dizia para minha mãe que poderia ser pródromos, contrações de treinamento (obrigada Nati, Raque, Paulinha, Vero e mãe… Rsrsrs…).

Então liguei para o meu marido e fomos. Na avaliação o Dr. Fernando disse que eu estava com 1 dedo de dilatação, que poderia evoluir ou não, que poderia ser no dia ou dali 3 dias, uma semana, não tinha como saber, que era para eu ir para casa e o manter informado e se eu tivesse contrações regulares era para voltar. Eu já estava tendo contrações, mas não sabia, para mim era uma cólica e que ía passar. Fui para casa. Chegando em casa fui tomar um banho quente para relaxar e aí a dor começou a aumentar e tinha uns picos, mas ainda não tinha caído a fixa.

Avisei a Cris e fomos conversando, ela perguntou se queria que ela fosse em casa, mas eu disse que não, que ía passar, qualquer coisa eu avisava. E comecei a pensar poxa, como dói esses pródromos… Rsrsrs… Até que a dor começou a aumentar e pedi uma cadeira para o meu marido, eu ainda estava no chuveiro e então resolvemos cronometrar. As contrações estavam irregulares, até que passaram a ser de 5 em 5 mim, depois 3 em 3 mim. O Dr. Fernando e a Cris já tinham me dito que quando estivesse de 3 em 3mim estaria em trabalho de parto ativo. A dor já estava ficando insuportável, então decidimos correr para o hospital, mas eu ainda não estava acreditando que tinha chegado o dia, isso me ajudou a segurar a ansiedade e diminuir o medo, mas no meio do caminho eu tive certeza.

A dor estava insuportável, eu já não via e nem ouvia mais nada, meu marido depois me contou que foi de pisca alerta, buzinando, ultrapassando todo mundo e eu não vi nada, só lembro de ter pensado “o que é que eu estou fazendo? Eu sou louca!!! Cesária cadê você?!”…Kkkkk…(obrigada meu amor pela calma que me passou). Chegando na maternidade o médico de plantão me avaliou (a Cris e o Dr. Fernando estavam a caminho) e eu estava com 6cm de dilatação, eis que caiu o tampão e a minha fixa, é hoje!!! Demorou, mas caiu… Rsrsrs… Chegou a Cris, o Dr. Fernando e fomos para a sala de parto, isso eram 16h, o quarto com a banheira estava livre… Maravilha!!!

A bolsa ainda não havia rompido, fui para o chuveiro enquanto a Cris preparava a banheira. O João, meu marido, e o Dr. Fernando conversavam sobre motos, isso me tranquilizava, me mostrava que estava tudo bem e não fiquei nervosa como achei que fosse ficar. No banho rompeu minha bolsa. Lembro que o caminho até a banheira foi longo, as contratações não davam trégua, uma atrás da outra, não dava tempo de relaxar, por isso dilatei muito rápido. Quando o Dr. Fernando foi me avaliar eu já estava com 9cm de dilatação e então ele disse que eu poderia começar a fazer força quando sentisse vontade.

A dor se transformou em uma louca vontade de fazer força, agora entre uma força e outra deu tempo de relaxar um pouco (até tomar um sorvete que a Cris ía me dando de colher… Obrigada Cris… Rsrsrs…). O João e o Dr. Fernando conversavam sobre viagens e fotografias, o Dr. Fernando me perguntou se tudo bem a conversa ou se eu preferia silêncio e eu disse que tudo bem, aquilo me tranquilizava, parecia que estava na sala de casa sabe…

A Cris me disse que quando ela estivesse descendo eu sentiria uma ardência, que era normal, que deveria continuar. Quando senti a ardência sabia que ela estava ali, que estava chegando, que logo estaria em meus braços e então continuei. “Olha a cabecinha” disse a Cris e por surpresa o João quis olhar ( ele estava bem apavorado antes do parto, achava que ía desmaiar, atrapalhar, que ía dar trabalho, mas não… Cortou o cordão e tudo! Parabéns amor!!!).

Depois de aparecer a cabecinha dela fiz duas forças mais longas e ela veio para mim, para os meus braços, que momento mágico, ela ali pequenininha, meu sonho realizado, meu parto rápido, sem analgesia, sem episiotomia, na banheira, de cócoras, até hoje não acredito que consegui!!! Deu tudo certo, como eu esperava…Graças a Deus!!!

Lembro do Dr. Fernando falando “Parabéns! Tu é #@da! Nem pediu analgesia!” Kkkkk…Nem deu tempo de pensar em analgesia. 🙏🙏🙏

Ela nasceu às 19h10, com muita saúde, agradeço todos os dias por isso. Agradeço a Cris, ao Dr. Fernando, ao meu marido João, aos meus pais, amigos e familiares. Dia inesquecível. E ela cada dia mais linda e eu cada dia mais apaixonada. Também nasceu um pai e uma mãe, não é fácil, já sabíamos, mas o que não sabíamos é o quanto é maravilhoso…

Agradecimento do João: Cris, Muitoooo obrigado por todo apoio que deste pra nós 3, sei que é tua profissão, mas agiste muito mais do que uma profissional, agiu com humanidade e dedicação. Fui contra no início da contratação por pura falta de conhecimento e reconhecimento, hoje recomendo e não vejo um parto humanizado sem seu apoio, és o verdadeiro anjo da guarda. Mais uma vez, muito obrigado por tudo que fizeste à minha família.