No meu primeiro parto tive o acompanhamento de uma enfermeira e não queria que fosse diferente no segundo. A questão era apenas quem seria a profissional, já que a pessoa que me acompanhou na primeira vez estava passando uma temporada fora do país. Foi aí que, numa busca na internet, encontrei a Cris. E foi coisa rápida: como eu já era mãe de duas crianças de 2 anos e trabalhando fora, literalmente só lembrei de buscar a doula quase na semana em que o Maio nasceu. Que bom que ele esperou! hehe

Então, encontrei o site da Cris, li os depoimentos, gostei do trabalho dela, entrei em contato e ela prontamente me respondeu. Marcamos a primeira consulta para a semana seguinte, numa quinta-feira. Nem precisa dizer que adorei a Cris de cara!

Como gestante na reta final – eu já com 40 semanas – comecei a me preocupar se reconheceria os sintomas do trabalho de parto, se daria para ser natural, enfim… Queria muito o parto natural, mas estava preparada se tivesse que ser cesariana, diferente da minha primeira experiência. Naquela ocasião, a cesariana não era uma opção, pois eu havia idealizado o parto natural e queria que o meu fosse assim, mesmo esperando gêmeas (e com a primeira gemelar pélvica). Porém, ocorreu que em uma consulta de rotina, com 36 semanas, foi constatado que eu estava com pré-eclâmpsia e fui encaminhada para uma cesariana de emergência. Fiquei arrasada, pois eu achava que estava pronta caso uma cesárea de emergência fosse necessária, mas eu não estava. Por isso, na segunda gestação (de apenas um bebê), fui bem de “peito aberto”, mas mesmo assim queria o acompanhamento da doula, independentemente de ser natural ou cesárea.

Como na primeira gestação eu nem cheguei a entrar em trabalho de parto (meu sonho! rsrs), eu estava insegura se ia reconhecer os sintomas e a Cris me deixou bem tranquila. Ela me enviou textos, links,… Aí, um dia depois da nossa primeira consulta, por volta das 21h, comecei a ter umas cólicas. Fiquei observando por algumas horas e vi que não passava, então pensei: opa! Acho que está começando. Lembrei do que a Cris me disse, que tinha que esperar regularizar e assim, tentei dormir. De madrugada tive uma contração muito dolorida e vi que comecei a sangrar. Como o bebê estava se mexendo, resolvi esperar pela manhã para falar com a Cris e com meu obstetra, o dr. Marcos (o filho dele, dr. Pablo, também me atendia quando o pai não estava disponível). Falei com o dr. Pablo pela manhã, que pediu para eu ir ao consultório para me examinar. Antes disso, falei com a Cris, que me disse que podia ser os pródromos. O sangramento havia diminuído e as contrações haviam parado, e ele viu que o colo do útero ainda estava bem fundo, o bebê ainda não havia encaixado, zero de dilatação, enfim, talvez só na semana seguinte. Tudo bem, saí de lá e fui almoçar com amigas, tudo ocorrendo normalmente no meu dia. Até que à noite começa tudo de novo, cólicas e sangramento, mas tudo irregular. Quando começava a regularizar e quando as contrações começavam a se aproximar (e eu começava a me animar pensando que estava chegando a hora! hehehe), desandava tudo e ficava tudo irregular de novo. Ai, ai. “Ai, ai” MESMO, porque as cólicas era muuuuito doloridas, eu não conseguia andar, sentar, dormir… A única coisa que aliviava era o chuveiro. Então, de madrugada, quando eu já não aguentava de dor, coloquei uma cadeira sob o chuveiro e fiquei ali sentava. Gente, as dores passavam quase que instantaneamente! Mas uma hora tive que sair de lá… Quando amanheceu, mandei uma mensagem para a Cris, que me disse que ainda eram os pródromos, pois ainda estava tudo muito irregular, que eu tentasse descansar. Depois falei com o dr. Marcos sobre as dores e o sangramento, mas que o bebê estava se mexendo, e ele então pediu para que quando regularizassem as contrações nós ligássemos para ele novamente. Chegou meio-dia e eu tentei almoçar, mas mal comi uma colherada; estava com muitas dores e não conseguia comer. A posição mais confortável era deitada, e fui deitar para tentar descansar. Nesse momento, o dr. Marcos me telefona e pergunta como estou, mas era impossível conseguir falar com as dores que eu sentia; então, o Angelo, meu companheiro, relatou para ele como eu estava (muitas dores e sangramento) e ele pediu para que eu fosse para a maternidade para me examinar. Eu nem avisei a Cris, pois tinha certeza de que seria examinada e voltaria para casa, pois estava tudo muito irregular ainda. Ledo engano!

Durante o exame, o dr. Marcos viu que o colo do útero continuava apagado (0% de dilatação).Então, quando eu ia descendo da maca, tive outra contração, e ele comenta que pelo formato da barriga aquela tinha sido forte; e eu disse para ele que não, que eu tinha tido contrações muito piores do que aquela. Aí ele me olhou, pediu para eu me vestir pois queria conversar… Disse que apesar de eu estar sem dilatação e o colo ainda estar fundo, durante as contrações que eu estava tendo durante o exame (e que não eram das piores) o colo ficava tão fino que ele conseguia sentir a fontanela do bebê. E portanto, pelo fato de eu ter uma cicatriz uterina da cesárea anterior, ele achava mais seguro fazer uma cesariana imediatamente.

Antes de seguir para o centro cirúrgico, pedi para que a minha mãe, que estava junto comigo e com o Angelo, ligasse para a Cris avisando de tudo. Depois que tomei a anestesia, logo que o procedimento ia começar, a Cris chegou (bem na hora para ser minha cinegrafista! rsrsrs) e ela foi sensacional! Ela assegurou que o meu plano de parto fosse respeitado e na hora que o Maio estava saindo da minha barriga ela pediu para o médico baixar o campo para que eu pudesse vê-lo (não aconteceu da primeira vez, também devido à “correria” na sala, que estava cheia de gente – dois anestesistas, duas enfermeiras, duas pediatras, minha pressão subindo e descendo enlouquecidamente, enfim… Com tudo isso não consegui lembrar de pedir para baixarem o campo), guardou minha placenta, evitou que dessem um banho no Maio (o que permitiu que ele absorvesse todo o vernix), ficou conversando comigo depois que o Maio já estava prontinho com o pai (enquanto terminavam de me suturar), e dias depois ainda fez uma arte linda com a minha placenta! Foi um clima totalmente diferente da minha primeira experiência, parte porque eu não fiz muitas idealizações, mas especialmente porque a Cris estava lá para assegurar que tudo ocorresse do jeitinho que eu queria. Confesso que a experiência foi tão boa que às vezes até dá vontade de ter mais um bebê para a Cris nos doular! Mas acho que três tá de bom tamanho, né Cris?

E para finalizar, doula devia ser igual a pré-natal: INDISPENSÁVEL! A Cris é uma profissional simplesmente maravilhosa, nasceu para fazer o que faz. É inspirador ver uma pessoa que tem amor pelo que faz, e isso acaba sendo transmitido para nós, doulandas.

Maio nasceu com 3.900 kg no dia 24 de novembro.

Denize
Mãe da Alissa e da Ananda, 3 anos, e do Maio, 5 meses, e que na próxima encarnação (se não passar muito mal) quer ser doula igual à Cris! 🙂

Impressão da placenta em camiseta – Por Cris Doula

Cris – Denize, muito obrigada por me convidar para participar do nascimento do Maio, fico muito feliz que eu tenha conseguido tornar esse procedimento menos traumático para você e para ele. Essa é a função da doula na cesárea e fico feliz de ter cumprido meu objetivo.
Muito obrigada pelo carinho, saudades. Beijos!!