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Quando estava gestando a Sofia há 10 anos atrás, lembro que quando colocava ”parto normal, natural” no youtube os únicos partos que apareciam, eram de médicos ensinando estudantes de medicina a atender um parto. Todos eram com a mulher deitada, pernas nas perneiras, campos cirúrgicos, episiotomia, etc.

Eu já queria parto normal mesmo aos 17 anos mas me assustava com aqueles vídeos. A episiotomia pra mim nunca pareceu normal, afinal porque a natureza faria algo assim? Um corpo capaz de gerar mas incapaz de parir um bebê sem uma intervenção dessas?

Quando fui conversar com a minha obstetra sobre as opções de partos ela deixou claro que era ”Cesariana ou parto normal deitada ou de cócoras”. Na minha ignorância ainda comentei: “Mas acho que não tenho forças para ficar de cócoras tanto tempo” A resposta foi: ”É, é bem difícil.” Na época eu era tão cega nesse conceito de que o médico SEMPRE sabe o que é melhor, que nem notei que o mural dela só tinha fotos de cesáreas.

Essa foi a nossa única conversa sobre partos, e após o resultado do streptococus ela só me deu uma opção: ”Que data vocês querem?” Alguns anos depois encontrei ela na maternidade que eu trabalhava, e fiquei sabendo que ela só atendia partos normais que durassem no máximo 4 horas. Todos com episiotomia. Como parir assim?

Hoje fico pensando que se existissem vídeos de partos respeitosos naquela época, eu teria buscado mais informação, e exigiria um atendimentos diferente.

Por isso eu incentivo sim que todas as mulheres escrevam relatos de seus partos. Incentivo fotos e vídeos.

Precisamos mostrar ao mundo e á todas as mulheres que existe opção. Que não devemos aceitar qualquer parto, e com certeza estamos vendo grande evolução. Não só nas mulheres cada vez mais empoderadas, informadas, mas também nos profissionais de parto.

Fico feliz de ver de perto essas mudanças e espero que em breve todas as mulheres tenham direito de parir de forma respeitosa, onde quer que seja o parto, no público ou privado.

Nascimento Iris from Natalia Brasil on Vimeo.